A importância da reabilitação no pós-pandemia da Covid-19
Leitores do Jornal A Tribuna
A pandemia da doença causada pelo novo coronavírus trouxe diversos impactos ao mundo, ocasionando altas taxas de internação hospitalar e de mortalidade. Apesar dos esforços voltados para o tratamento hospitalar, pacientes pós Covid-19 podem apresentar sequelas que necessitam de reabilitação pós-alta hospitalar. Muitos não sabem que é de grande importância a continuidade do tratamento de reabilitação após a alta hospitalar.
Evidências apontam que as principais sequelas apresentadas pelos pacientes após vencerem a fase aguda da doença estão relacionadas a fraqueza muscular, falta de ar, fadiga crônica, alterações da sensibilidade, do olfato e do paladar, entre outras.
A necessidade de reabilitação dos sobreviventes da doença não deve ser ignorada, mesmo estando ainda em franca situação de pandemia com esforços voltados para o tratamento hospitalar.
Essas sequelas podem trazer grandes impactos funcionais na vida dos pacientes. Dentre esses impactos, podemos citar: transtornos de estresse pós-traumático, ansiedade, depressão, falta de ar, perda de peso e desnutrição e dificuldade de retornar suas atividades de vida diária.
O processo de reabilitação com o fisioterapeuta tem início durante a internação, que é a fase aguda da doença. Nesse processo, os objetivos são: manutenção da ventilação pulmonar e oxigenação, mudança de postura, evitar a perda de massa muscular e as deformidades.
Cada paciente deve ter um plano de reabilitação específico, baseado no quadro clínico e gravidade das sequelas, bem como na avaliação funcional realizada pelo fisioterapeuta.
Por exemplo, aqueles que apresentam sequelas do paladar e do olfato devem realizar exercícios específicos, com cheiros diferentes, para a recuperação.
Através do diagnóstico funcional, realizado na avaliação do fisioterapeuta, o mesmo irá direcionar um plano de tratamento para cada tipo de lesão, haja vista que a Covid-19 é uma doença com repercussão sistêmica, o que impacta nos mais diversos órgãos e sistemas do organismo.
Sabemos que a maioria desses pacientes são acometidos de uma redução da força muscular respiratória.
Esses pacientes comumente desenvolvem uma fibrose no tecido do músculo diafragma, além de fibrose nos pulmões, o que parece explicar sintomas como falta de ar e fadiga crônica.
O fisioterapeuta vai trabalhar o fortalecimento dos músculos respiratórios, juntamente com o fortalecimento dos músculos periféricos, condicionamento cardiopulmonar, e quando necessário outros sintomas. Em média 6 semanas de tratamento já apresentam resultados satisfatórios para a maioria.
Saiba que o hospital vai salvar a vida das pessoas, mas o que vai devolver a qualidade de vida é a reabilitação bem feita.
FERNANDO MARCARINI CAVALVANTI é fisioterapeuta neurofuncional
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