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TRIBUNA LIVRE

A Corte

Coluna foi publicada no domingo (21)

Pedro Valls Feu Rosa | 22/01/2024, 11:24 h | Atualizado em 22/01/2024, 11:24
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna



          Imagem ilustrativa da imagem A Corte
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo |  Foto: Divulgação

Final de ano. Estacionamento praticamente lotado de um centro comercial. Eis que surge o dono de um veículo luxuoso, movido a gasolina, e o estaciona em uma vaga exclusiva para modelos elétricos. Para não “dar na pinta”, amarra o cabo de carregamento na tampa do bocal de abastecimento e vai embora, feliz e fagueiro – e os “otários” que se conformem.

Um dia qualquer em algum bairro nobre. O proprietário de um carro caríssimo, pessoa importante demais para contornar o quarteirão rumo à sua morada, simplesmente segue a rotina de percorrer algumas centenas de metros pela contramão - e que se danem as renas!

Final de tarde em uma movimentada avenida. O condutor de um vistoso automóvel, em alta velocidade, passa abalroando um outro – e segue como se nada tivesse acontecido. E a vítima? Ora, a vítima! Afinal, quem a mandou atrapalhar-lhe a passagem? Que vá queixar-se ao bispo!

Um dia de chuva. Pessoas se aglomeram em um ponto de ônibus. Diante delas uma imensa lâmina de água, cortada em alta velocidade pelo motorista de um dispendioso “SUV” – que algumas centenas de metros à frente é visto rindo do “banho” que deu naquele pessoal.

Uma vaga de estacionamento em uma rua ampla. Um ambiente pacato em uma tarde radiosa. E eis que comparece o motorista de um outro “SUV” a tentar nela guardar seu veículo. Após umas duas tentativas abalroa o carro estacionado à frente, danificando-lhe o farolete.

Sem sequer dignar-se a saltar do veículo decide ir embora – simplesmente ir embora! Afinal, muito atrevimento do proprietário daquele carro deixá-lo estacionado ali, à sua frente!

Uma via qualquer, seja lá em que horário for. Placas em profusão deixam claro para todos o limite de velocidade. Destaca-se no cenário um caríssimo carro esportivo, conduzido em excesso de velocidade e da forma mais arrogante possível – sejam os pobres mortais que cumprem a lei agredidos a toques de buzina, gestos ofensivos e até palavrões se não derem passagem imediata. As leis são para os outros, afinal!

Uma faixa de pedestres, clara sob o sol que brilhava. Um idoso começa a atravessar a rua e quase é atropelado por uma impetuosa condutora a bordo de um veículo conversível novinho em folha. Com o susto ele cai no asfalto e fica por lá. E a motorista? Sequer reduziu a marcha. Ao fim do cabo, foi muita ousadia daquele velhinho incauto obstruir seu caminho.

Estas são, sem retoques, cenas cotidianas do trânsito brasileiro. Cada um de nós já testemunhou episódios assim – e bem mais de uma vez. Para complicar ainda mais este quadro os péssimos exemplos de pessoas claramente instruídas e abastadas começam a inspirar outros condutores – afinal, se eles podem, por que não eu?

Quando do bicentenário da Revolução Francesa alguém perguntou à então governante do Reino Unido, Margareth Thatcher, o que havia a se comemorar. Sua resposta: “Nada. A única mudança verificada é que após ela a patuleia passou a chamar-se povo”. Será que ao proferir tão sinistra acusação ela estava a pensar nesse pessoal da Corte?

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