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TRIBUNA LIVRE

A arte de contar histórias

Coluna foi publicada nesta quarta-feira (20)

Lilian Menegucci | 20/03/2024, 10:42 h | Atualizado em 20/03/2024, 10:42
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna



          Imagem ilustrativa da imagem A arte de contar histórias
Lilian Menegucci é escritora e professora doutora em Educação |  Foto: Gi Pedrolo

Quem não gosta de ouvir, conhecer, uma boa história? Em volta de uma fogueira, à mesa com a família e amigos, na cama antes de dormir, na escola, na biblioteca, no parque ou em qualquer outro lugar, as histórias têm o poder de contribuir com o processo de humanização.

A arte de contar histórias, comemorada internacionalmente em 20 de março, é ancestral. Ao longo de milênios ela entrelaça narradores e ouvintes numa trama. Desde a primeira infância, e por toda a vida, tem papel importante no fortalecimento do imaginário coletivo e na formação humana e cultural.

A narrativa oral permanece pulsante, especialmente em culturas de povos indígenas, africanos, asiáticos e árabes. Essa constatação marca o tempo-espaço das contadoras e dos contadores de histórias na constituição das sociedades. Elas e eles eram, e são, porta-vozes da memória, das tradições e do conjunto de símbolos dos grupos nos quais participam.

Sempre houve quem contasse histórias. Essa prática, contudo, tradicional e/ou informal, se ampliou e foi em busca de noções técnicas. Com isso, além de uma boa história, o repertório da contação passou a incorporar textos literários – inclusive considerados consagrados.

Logo, nessa mesma direção, ainda que pareça óbvio, importa destacar que a contadora ou o contador de histórias é aquela pessoa que conta histórias e não aquela que lê histórias diante de um público. Esteticamente também parece haver uma outra confusão.

O fato de se utilizar emoção, expressar-se corporalmente, trabalhar intenções, climas, ritmos e até marcações cênicas na contação de histórias, não transforma o que se faz em encenação.

Algumas habilidades são necessárias para traduzir o texto escrito para a forma oral: ser uma pessoa leitora (de textos, da humanidade, da natureza e do mundo) e reconhecer a literatura como portal para uma infinidade de histórias estão entre elas.

Para Celso Sisto, escritor, contador de histórias e Doutor em Teoria da Literatura (PUC-RS), existem alguns pontos que devem ser considerados para se contar bem uma história: emoção, o texto, adequação, corpo, voz, pausas e silêncios, olhar, espontaneidade e naturalidade, ritmo, clima, memória e credibilidade. Sem esses elementos essenciais, conforme o autor, qualquer contação fica comprometida.

Contar histórias é uma arte ligada ao viver. Pensá-la – a partir da tradição, da poética e interfaces – sugere a necessidade de uma reflexão acerca do contexto sociocultural do presente. Essa arte tem uma função política fundamental para a formação crítica de todas as gentes. Ela pode possibilitar o interesse pela narrativa, pelo livro, pela leitura, pela literatura – ou não.

Ouvir uma história narrada pode ser uma experiência inesquecível. O que não significa dizer que, necessariamente, seja uma boa experiência. Nem tudo o que se faz “em nome da arte de contar histórias”, de fato, o é! Mas, sim, essa é uma outra história.

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