Voluntariado e a vocação do brasileiro para cuidar do próximo
Mais de um ano de pandemia ao redor do mundo. Se por um lado temos convivido diariamente com a dor da tragédia por tantas vidas perdidas, por outro conseguimos enxergar na sociedade um movimento conjunto de ajuda ao próximo. Em toda parte, voluntários se desdobram e se multiplicam em torno de um só objetivo: socorrer a quem precisa sem nada pedir em troca.
O esforço desses agentes silenciosos do bem é reconhecido, inclusive, pela Organização das Nações Unidas (ONU), que destaca as importantes contribuições dessas pessoas para a resposta à covid-19.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou na ocasião do Dia Internacional do Voluntário: “Em todo o mundo, os voluntários têm ajudado grupos vulneráveis, corrigindo desinformação, educando crianças, prestando serviços essenciais aos idosos e apoiando os profissionais de saúde que estão na linha de frente”.
O voluntariado é um trabalho louvável, que merece todo nosso apoio e reconhecimento. E na mesma linha de valores está o cooperativismo, um movimento econômico e social que traz impregnado em sua essência o desenvolvimento sustentável da sociedade.
O interesse pela comunidade é um de seus princípios, quase como uma vocação natural. Comprometidas em dar sua contribuição para o bem-estar social das áreas em que atuam, as cooperativas apostam em benefícios coletivos e acreditam que, ao contribuir para o todo, propagam benfeitorias para uma grande parcela da população.
O cooperativismo, orgulhosamente, se baseia em valores de solidariedade, responsabilidade, democracia e igualdade.
Essas características intrínsecas do cooperativismo têm se mostrado ainda mais valorosas neste período pandêmico.
Com ações sociais impulsionadas por colaboradores voluntários de cooperativas, um grande volume de doações de alimentos, agasalhos, cobertores, entre outros artigos de primeira necessidade, têm chegado a quem precisa.
Cooperativas de todo o País têm se mobilizado. Em Vitória, por exemplo, além de ações capitaneadas pelo Instituto Unimed, a cooperativa médica Unimed Vitória tem unido forças com o poder municipal para contribuir com muitas mãos durante a campanha de vacinação da capital.
Um volume de 100 mil doses já foi aplicado com a ajuda de colaboradores voluntários. São enfermeiros, técnicos de enfermagem e profissionais administrativos que vêm oferecendo sua força de trabalho para ajudar a vacinar toda a população com ainda mais velocidade.
Um belo presente de aniversário, diga-se de passagem, para essa cooperativa que completa 42 anos de existência neste dia 27 de agosto.
Diante de tantas mazelas, ainda nos traz um fio de esperança ver iniciativas como essa somarem-se a tantas outras, provenientes de instituições, entidades, empresas, grupos de vizinhos, de amigos.
Empatia e humanidade ainda são vocações do brasileiro. E é seguindo assim que vamos fortalecer o País: numa corrente de união pelo bem-estar comum.
Fernando Ronchi é médico e diretor-presidente da Unimed Vitória.