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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Saúde mental: coloque-se no lugar do outro e saiba como agir

| 30/09/2021, 13:28 13:28 h | Atualizado em 30/09/2021, 13:37

Como gostaria que agissem comigo, se eu estivesse passando por um momento de profunda tristeza e com a saúde mental abalada?

Essa é a pergunta que devemos nos fazer, quando nos deparamos com alguém que está em depressão ou sofrendo com algum outro transtorno mental. A resposta a ela é o melhor norteador da postura que precisamos adotar.

É com empatia e acolhimento que devemos lidar com quem sofre de transtornos mentais. Da mesma forma como gostaríamos de ser tratados.

Se é natural nos solidarizarmos com pessoas que sofrem de quaisquer outras doenças, por que há preconceito com quem sofre das enfermidades da mente? O cérebro, como qualquer outro órgão, também adoece. E as doenças do cérebro, como as de qualquer outro órgão, também precisam ser tratadas.

O caminho para o tratamento nem sempre é simples, justamente porque as pessoas adoecidas, geralmente, não tomam, por conta própria, a iniciativa de buscá-lo. As razões para isso são, principalmente, estarem abaladas ao ponto de não enxergarem a luz no fim do túnel ou por medo de serem julgadas fracas e covardes pela sociedade.

É por isso que as campanhas de conscientização sobre a importância da saúde mental não são à toa. Fazemos um esforço incessante para mostrar a quem está com a saúde mental abalada que existe solução, em vida, para o problema pelo qual está passando. Para as pessoas em geral, precisamos mostrar que basta ajudar, sem julgamentos, sem preconceito.

A todos, sem exceção, é importante dizer que, em algum momento da vida, essa realidade estará próxima, seja pessoalmente ou através de algum familiar ou parente. Assim como a pandemia da covid-19 afetou todo mundo, de forma direta ou indireta, a depressão, que podemos chamar de nova pandemia, também o fará, infelizmente.

Aumenta a cada dia o número de pessoas que sofrem de depressão, ansiedade e pânico, entre outros transtornos. Anualmente, são registrados cerca de 12 mil suicídios no Brasil e mais de um milhão no mundo. Desse total, 96,8% são relacionados a transtornos mentais.

Não é deixar de falar sobre isso que vai mudar esses índices. Pelo contrário, precisamos falar, precisamos informar, precisamos orientar as pessoas sobre como proceder, porque agir salva vidas.

Mudanças de comportamento são um sinal de alerta. Pessoas que mudam a rotina, que deixam de ser produtivas, perdem o prazer por atividades de que antes gostavam e começam a se isolar podem estar passando por um profundo sofrimento e não sabem como pedir ajuda. Estenda a mão, disponibilize os seus ouvidos e ajude-as a buscar tratamento.

Depressão não é fraqueza. Fazer psicoterapia não é perda de tempo. Psiquiatra não é “médico de doido”. Existe uma rede de apoio, multidisciplinar, para ajudar a superar essa e tantas outras doenças que afetam a nossa mente.

Toda iniciativa para combater o preconceito e conscientizar as pessoas sobre a importância da saúde mental é válida, em setembro e em todos os outros meses do ano.

JAIRO NAVARRO é médico psiquiatra.
 

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