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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Redução da poluição em tempos de pandemia e o meio ambiente

| 17/06/2020, 07:25 07:25 h | Atualizado em 17/06/2020, 07:31

O mundo tem vivido um fenômeno paradoxal. Se por um lado o coronavírus tem assustado a todos nós e causado milhares de mortes, por outro as medidas de isolamento social têm nos trazido uma nova realidade ambiental.

A emissão dos gases do efeito estufa caíram consideravelmente em todo o mundo, em decorrência do cancelamento de dezenas de milhares de voos diários, da redução da circulação de veículos e da diminuição da atividade industrial.

Em países europeus, a poluição foi reduzida, em média, em 50%. Em Paris a queda chegou a 55%, contudo as autoridades determinaram rigorosas medidas de bloqueio, onde qualquer pessoa que sai de casa é obrigada a levar um documento que comprove a razão para deixar sua residência. Na Itália, devido ao lockdown, os índices de poluição despencaram de maneira impressionante em todo o país.

Aqui no Brasil, na cidade de São Paulo, que adotou restrições de circulação por causa de um Decreto Estadual desde o dia 24 de março, os satélites demonstram claramente a significativa redução na mancha de poluição.

Em situações normais a poluição provoca, anualmente, a morte de mais de 7 milhões de pessoas no mundo, sendo que esse número vinha crescendo.

Dados do Ministério da Saúde confirmam que nos últimos 10 anos aumentaram em 14% as mortes devido a contaminação do ar. E segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 91% da população mundial vive em locais em que a qualidade do ar está abaixo do recomendado, fatos que levaram os cientistas a afirmarem que muitas vidas serão salvas devido a essa melhora significativa na qualidade atmosférica e que 2020 será marcado pela maior diminuição global das emissões de gases do efeito estufa da série histórica.

Todavia, se historicamente toda vez que há recessão econômica ocorre uma redução significativa da poluição do ar, no entanto o efeito tem prazo curto, pois imediatamente após a crise, existe um forte aumento repentino da emissão de poluentes.

Obviamente que retração econômica e financeira traz muito mais danos que vantagens, mas, independentemente dos prejuízos sociais e econômicos que qualquer pandemia provoca, fases assim também nos fazem refletir sobre o que podemos melhorar. E no meio ambiente é muito nítida a necessidade de mudanças de rumos.

Devemos aproveitar a quarentena e planejar o aumento do investimento em produção de energia alternativa, renovável e limpa, em saneamento básico, na educação ambiental.

Se a pandemia nos forçou compulsoriamente a mudar bruscamente nossos hábitos, por que não mudá-los de forma racional e gradativa, sem perder qualidade de vida?

Politizar as ações e as diretrizes administrativas do poder público é inaceitável, pois desvia o foco no momento em que temos a obrigação de envidar esforços para aprender com a crise e produzir resultados duradouros e benéficos para a humanidade. Precisamos ser determinados, pois temos um longo e trabalhoso caminho pela frente, e sobretudo a missão de melhorar nosso planeta para preservar a vida.

Claudio Denicoli é engenheiro civil e especialista em Engenharia Sanitária e Ambiental.

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