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Patrologia

Confira a coluna desta segunda (27)

Padre Ernesto Ascione | 27/01/2025, 14:47 h | Atualizado em 27/01/2025, 14:47

Imagem ilustrativa da imagem Patrologia
Padre Ernesto Ascione é missionário comboniano

Os primeiros séculos da Igreja foram iluminados por escritores cristãos, cujas obras são relevantes, também, para a nossa fé. Hoje, eles traduziram, em linguagem teológica, a experiência que eles tiveram de Cristo e de sua Igreja.

Seus escritos são importantes não apenas por eles terem vividos mais próximos de Jesus Cristo – alguns deles conviveram diretamente com os apóstolos – mas, também, por terem enfrentados problemas, que afligem, a nós, também, hoje. Além de partilhar sua fé com outras comunidades cristãs, também contrastaram heresias e cismas, que, naquele tempo, atormentavam, como hoje, a Igreja.

São chamados “Pais da Igreja” todos aqueles que ilustraram, com seus escritos e com sua santidade de vida, a fé, transmitida pelos apóstolos. Pertenciam à época, que viu o florescimento das primeiras comunidades cristãs e foram os autores da primeira elaboração teológica do Evangelho.

Um Pai da Igreja se distingue por quatro características: correta doutrina – escreveu e ensinou de acordo com a Bíblia e a doutrina dos apóstolos; santidade de vida – viveu o que ensinou e escreveu; aprovação da Igreja – a ela Cristo entregou o depósito da fé; e a antiguidade – o mais antigo é o mais original.

Eis alguns nomes, considerados “Pais da Igreja”: Inácio de Antióquia, Clemente Romano, Justino de Roma, Irineu de Lyon, Cipriano de Cartago, Atanásio de Alexandria, Hilário de Poitiers, Basílio Magno, Gregório de Nazianzo, Melitão de Sardes, Pedro Crisólogo, o Máximo, Gregório de Nissa, Efrém, Cirilo de Jerusalém, João Crisóstomo, Simeão, o Teólogo, Policarpo de Esmirna, Cirilo de Alexandria, Leão Magno, Gregório Magno, Isidoro de Sevilha e João Damasceno. Outros ainda, apesar de não serem santos, são considerados “Pais da Igreja”: Pápia, Hermes, Clemente de Alexandria, Orígenes, Tertuliano e Eusébio de Cesaréia.

A Igreja teve sempre como a regra suprema da sua fé: as Sagradas Escrituras e a Tradição Oral-Apostólica. “Sola Scriptura” e “livre exame”, além de não existirem na Bíblia, foram causa de divisão e confusão no meio cristão.

Cristo disse aos apóstolos: “Quem vos ouve é a mim que ouve”. Santo Inácio de Antioquia, em sua carta aos cristãos de Roma, mostra uma Igreja hierárquica e pedrina, tendo os bispos e o sucessor de Pedro, em Roma, a seu fundamento. Entre a fé da Igreja e o ensino bíblico, prevalece a fé da Igreja, pois Cristo partilhou a ela o poder de ensinar e prometeu: “As portas do inferno não prevalecerão contra ela“.

Graças ao Tradição Oral-Apostólica, temos: o domingo, o credo, o cânon bíblico, a sucessão apostólica, os sacramentos, o ano litúrgico, o magistério eclesiástico.

Como o povo hebreu apoiava sua fé na fé de Abraão: “Olhai para a rocha da qual fostes talhados”, exortava Isaías. Assim, o novo povo de Deus fundamenta sua fé na fé de Pedro, pois Cristo o colocou à frente de seu rebanho e lhe entregou as chaves de sua casa. Santo Isidoro de Sevilha para o Ocidente (636) e São João Damasceno para o Oriente (750), encerraram o período patrístico. Os Santos Padres foram os primeiros apologetas, teólogos e testemunhas de Cristo e de sua Igreja.

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