Pais, conquistem os seus filhos!
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (17)
Considerando que pais foram e continuam sendo filhos, ainda que crescidos, tal experiência poderia auxiliar ainda mais no processo de criação, não fosse a rapidez e a contundência como se operam mudanças na ambientação das gerações sucessoras, independentemente das vontades de cada núcleo familiar.
A televisão, que há pouco tempo era considerada das maiores apropriadoras do tempo dos filhos, perdeu completamente o seu prestígio, diante de um vastíssimo arsenal tecnológico, como os celulares, videogames etc. Fora o que, certamente, ainda está por vir!
Isso, para ficar dentro de casa... E fora dela? A tal “má companhia”, embora ninguém admita ser ela, sempre existiu!
Mas, hoje, é muito mais difícil de se distinguir, haja vista a própria confusão quanto ao que seja boa ou má influência... Mas, o certo é que ela está bem presente, infelizmente!
E tem também as próprias arapucas da vida que lhe prendem, para depois lhe venderem um monte de chaves para que uma delas, talvez, consiga te libertar... Você duvida? Quer apostar?... Hummm!
Aliás, falando em arapuca, uma das que eu considero mais engenhosamente fantásticas, é a da fiscalização quanto ao que os filhos estão fazendo, ouvindo, assistindo...
Numa fase inicial do computador, ainda era algo menos difícil. Mas, hoje... Com um mundo na palma da mão? É óbvio que dirão que não é bem assim! Pudera!
Se da curta época dos “bits” e dos “bots”, para a das “bets”, até fuzil, por exemplo, se tornou algo tão banal, não duvido mais nem que armadura acabe se tornando tendência...
Enfim, é óbvio que os filhos, especialmente enquanto menores, ainda mais vulneráveis aos apelos sutis e engenhosos das arapucas, devem sentir os pais sempre próximos, inclusive no tocante à fiscalização...
A propósito, eu costumo dizer que os pais transmitem segurança aos filhos entrando com eles na piscina. Depois, permanecem nas bordas. No mar, amplo e sem bordas, é hora de experimentar o quanto aprenderam a nadar. De preferência, com um barco de prontidão!
Mas, nesse processo, que vai da piscina ao mar, considero que o mais importante mesmo é a gradativa busca e transferência de conquista e confiança, o auge de uma relação sensível e madura, cada vez mais necessária e valiosa, nesse sinuoso percurso que vai da inocência infantil, passa pela fase da condução conjunta do bastão, antes da definitiva entrega para que sejam eles, os filhos, a levarem adiante e também concluírem a sua parte na maratona de revezamento que é a vida!
Como chega um dia em que os genitores não possuem o mais remoto controle sobre a vida dos filhos, é bom que não contribuam para estarem eles, os pais, sujeitos a um controle remoto de suas vidas, ou seja, sem a formação de laços mais profundos do que a frivolidade dos dias atuais da nossa sociedade, enganosamente, transmite como não sendo a mais importante e indestrutível construção a ser gloriosamente edificada.