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Colunista

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Padre Ezequiel Ramin

No dia 24 de julho de 1985, ao voltar de uma missão de paz, o padre foi brutalmente assassinado

Padre Ernesto Ascione | 20/07/2024, 19:22 19:22 h | Atualizado em 20/07/2024, 19:22

Chamada a “evangelizar, tendo como pano de fundo a evangélica opção preferencial pelos pobres” (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB), a Igreja tem por missão anunciar a conversão do coração, transformar os hábitos e o estilo de vida das pessoas e a cultura dos povos, implementando uma ação eficaz para erradicar as causas dos males, que afligem a nossa sociedade, excludente, cujo ídolo é o capital e a cobiça de acumular e explorar.

Cristo deu a sua vida pela humanidade, seus discípulos devem abraçar o mesmo ideal: dar a vida “para que todos tenham vida e a tenham em abundância”.

Padre Ezequiel nasceu em Pádua (Itália) em 1953. Desde a sua infância, acalentava um sonho: “Fazer o próximo feliz; abraçar um ideal que não morre; pregar o Evangelho nas terras mais distantes e morrer mártir de Cristo”. Participava ativamente das atividades de sua paróquia e, com os seus amigos, organizava campanhas de solidariedade a favor dos pobres do Terceiro Mundo, como a venda de livros e as revistas missionárias, e tinha constante contato com os missionários, que trabalhavam nas terras de missão.

O encantava o testemunho de Raoul Follereau, apóstolo dos leprosos, que dedicou sua vida pela categoria mais desprezada e marginalizada da terra, como, também, a vida do Abbé Pierre, fundador das comunidades de Emaús, que tinham como lema: “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem-terra e nenhum trabalhador sem direitos”.

Vibrava pelo testemunho de Dom Helder Câmara, arcebispo de Recife (PE), comprometido com os pobres e a defesa e promoção dos direitos humanos e com o educador brasileiro, Paulo Freire, pelo seu método inovador de alfabetizar os adultos e as classes pobres e pelas obras de caridade do missionário napolitano, frei Ludovico da Casória, “o santo da caridade desenfreada” – que inspirou as obras de assistência social e promoção humana de Bártolo Longo, fundador do Santuário de Pompeia (Itália) – e foi companheiro de São Daniel Comboni, nas missões da África.

Viu que o ideal de bem, que acalentava no seu coração, o podia concretizar, integrando a família comboniana. Nela entrou, em 1972, com 19 anos de idade. Ordenado sacerdote em 1980, em Pádua (Itália), em 1983, foi enviado ao Brasil, destinado à missão de Cacoal (Rondônia) .

Tocado pela grande desigualdade social e pelo uso desmentido da violência, se lançou na mais fervorosa ação pastoral. Colocou-se, de coração aberto e sem hesitação, ao lado dos pobres, na luta pelo direito à terra, ao trabalho e a uma vida digna.

No dia 24 de julho de 1985, ao voltar de uma missão de paz, junto com o presidente do sindicado dos trabalhadores rurais, foi brutalmente assassinado. Na reunião com os posseiros, tinha exortado a defender seus direitos pela justiça, não pela violência.

Padre Ezequiel interceda junto a Deus pela querida Amazônia: seu testemunho de vida inspire os jovens a abraçar o seu mesmo ideal de amor e doação, consagrando-se a Deus, na vida missionária. No dia 24 de julho, todos os anos, em Cacoal, no lugar de seu martírio, é realizada uma grande Romaria, em sua memória.

PADRE ERNESTO ASCIONE é missionário comboniano e vigário da Paróquia São José, na Serra

Foto do autor

Imagem ilustrativa da imagem Padre Ezequiel Ramin
Padre Ernesto Ascione é missionário comboniano e vigário da Paróquia São José, na Serra |  Foto: Arquivo Pessoal

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