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Tribuna Livre

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Leitores do Jornal A Tribuna

O legado da Lei das Crianças

Coluna foi publicada nesta quinta-feira (25)

Fabíola Fraga | 25/07/2024, 10:43 10:43 h | Atualizado em 25/07/2024, 10:43

Imagem ilustrativa da imagem O legado da Lei das Crianças
Justiça: lei municipal nasceu do trabalho desenvolvido em uma sala de aula de educação infantil |  Foto: Canva/Divulgação

O ano era 2012 e estava em curso a Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, a Rio+20. Chefes de delegações de mais de 290 países se reuniram na cidade do Rio de Janeiro para debater o meio ambiente e projetar soluções para o futuro do planeta.

Em destaque no estande da Prefeitura de Vitória, chamava a atenção uma imensa carta, seu tamanho, 6 metros. Nela, o relato de crianças do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Jacyntha Ferreira de Souza Simões, escola situada em Goiabeiras e vizinha de área de manguezal.

Nesse documento histórico, nossas crianças transportaram para o papel tudo o que viram no manguezal de Goiabeiras, uma ação importante e corriqueira na nossa práxis enquanto professora de educação infantil.

O resultado dessa vez foi mais impactante e produziu um material diverso, potente, absolutamente genuíno. Fotos, desenhos e representações escritas dos pequenos, tudo foi para nossa carta. Não surpreende esse documento ter sido objeto de tanto interesse no evento mencionado, culminando com sua exibição no hall central do Itamaraty, a pedido da delegação brasileira.

Com encerramento da Rio+20, voltei para Vitória, porém, apesar da visibilidade, nosso manguezal continuava um depósito de lixo, conforme nossos pequenos documentaram. Era preciso mais, os jovens ambientalistas não queriam apenas mostrar, desejavam resolver. Durante quase um ano percorremos as estruturas de poder na perspectiva de alguma ajuda que minimamente respondesse aos questionamentos das crianças. Afinal, o manguezal era e ainda é o quintal de muitas delas.

Com a carta de 6 metros em mãos e o sonho de nossas crianças no coração, depois de quase dois anos, nasceu a Lei Municipal do Dia do Manguezal 8606/2013. Pela primeira vez na História da capital, uma lei municipal nascia do trabalho desenvolvido numa sala de aula de educação infantil. Vale lembrar que no escopo da lei, consta como justificativa o Projeto “Amigos do Manguezal”, aquele, da Rio+20.

Segundo a lei, que está no calendário oficial de eventos de Vitória, todo dia 26 de julho de cada ano será reservado para ações pedagógicas nas escolas em prol do ecossistema manguezal. E assim tem sido a cada ano. O legado de nossas crianças, imortalizado naquela carta e na lei, permanece pulsante e cada vez mais atual.

Num momento em que o mundo estarrecido acompanha a destruição gradual do seu planeta, em alguma medida, pela mão do próprio homem, é urgente que se possa tratar de meio ambiente desde cedo, na educação infantil. Muito mais do que ações isoladas e esporádicas, o desafio é fortalecer um currículo onde a educação ambiental dialogue constantemente com os pequenos.

Numa ilha cercada por manguezais é preciso fazer do dia 26 de julho uma data não só para reflexões, mas para convidar a população de Vitória a se juntar às nossas crianças nesse exercício de cidadania. Desde pequenos, desde sempre. Sobre nossa lei, ou a “Lei das Crianças”, como gosto de chamar, repito o já dito quando da sanção do documento: “Nós passaremos, a Lei das Crianças, Passarinho...”

Viva o manguezal!

Imagem ilustrativa da imagem O legado da Lei das Crianças
Fabíola Fraga é professora de Educação infantil da Prefeitura de Vitória e doutoranda em Artes/Ufes |  Foto: Acervo pessoal

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