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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

O acesso feminino ao mercado de trabalho

| 03/02/2020, 07:41 07:41 h | Atualizado em 03/02/2020, 07:45

Apesar do rápido aumento da participação das mulheres na força de trabalho nos últimos 20 anos, quando testemunhamos algum progresso em termos de igualdade entre os sexos na sociedade, ainda se nota que universalmente tal participação é menor do que a dos homens, conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

Muitas razões são alegadas e conhecidas no sentido de explicar essa situação. Ultimamente tem sido colocado foco na baixa representação das mulheres nos campos da Educação baseada em Ciência e Tecnologia (C&T).

Isso inibiria as possibilidades de alcance da equidade entre os sexos no mercado de trabalho, já que neste contexto atual de 4ª Revolução Industrial, os empregos nessa área tiveram forte sobressalto. Assim, essa baixa participação proporcional das mulheres se transforma numa clara barreira.

Para o conjunto do Espírito Santo, a porcentagem por sexo sobre o total de pessoas ocupadas de 10 anos ou mais de idade em 2010, de acordo com o IBGE, acenava para uma maior inserção dos homens no mercado de trabalho, como já poderia se prever.

A cada 100 homens em idade apta ao trabalho, 57,6% estavam ocupados na semana de referência do Censo. Para as mulheres, a porcentagem era de 42,4%. Dessa forma, a razão entre as proporções de pessoas ocupadas segundo o sexo era de 73,3 mulheres para cada 100 homens.

A essa situação se agrega um forte componente de diferenciação regional. A presença de grande variabilidade nos 78 municípios capixabas, com predomínio dos grupos de “muito baixo”, “baixo” e “médio” para os valores de participação das mulheres no mercado de trabalho demonstra a necessidade de fortalecimento de políticas que permitam as mulheres ocuparem espaços maiores no mundo laboral.

Uma questão crucial para compreender as menores taxas de participação feminina no mercado de trabalho se refere à medida que essas taxas refletem a distribuição espacial dos empregos. Estaria a adesão feminina na força de trabalho vinculada à existência de oportunidades de emprego próximas ao local de residência?

Qual papel a questão da segurança tem para embasar a decisão de uma mulher assumir um posto de trabalho em que tenha que sair cedo e retornar à noite? Ou usar transporte público no deslocamento?

Ainda relacionado às características do espaço geográfico, poderíamos nos questionar o que ele tem, e o que não tem, e em que medida essas características favorecem ou não a decisão que as mulheres tomarão sobre trabalhar fora.

Quando não se pensam políticas que favoreçam o ingresso das mulheres no mercado de trabalho, estas se juntam a outros grupos que tradicionalmente ocupam posições de desvantagem no mundo do trabalho – pessoas com algum tipo de deficiência, imigrantes, idosos e jovens.

Essa situação, além de favorecer a permanência da desigualdade, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), compromete a capacidade desses grupos em fazer provisões ou mesmo serem sujeitos de políticas de seguridade social, tornando-os ainda mais vulneráveis.

Tiago Dalapicola é doutor em Geografia pela Ufes e professor do Ifes de Santa Teresa

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