Não negligencie sua boca!
Coluna foi publicada nesta quinta-feira (16)
Muito se fala sobre autoexame da mama e realização de outros tipos de exame periodicamente. No entanto, ainda há uma parte do corpo que costuma ser muito negligenciada pela população mundial e não recebe a devida atenção: a boca. Quando falamos dela, aliás, devemos pensar além do tradicional sorriso alinhado que transmite simpatia e credibilidade.
Devemos também encarar os bons hábitos de higiene oral como um autocuidado, uma valorização pessoal, não só para preservar a estética, mas também a saúde, primordial para que possamos desenvolver projetos pessoais e profissionais com excelência.
Apesar de pequena, a boca é um dos principais órgãos do corpo humano, que explica sua importância por ser porta de entrada de alimentos, ou seja, ser um dos protagonistas do sistema digestório e também compor o sistema respiratório.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças bucais afetam cerca de 3,5 bilhões de pessoas globalmente, quase metade da população mundial. Entre os brasileiros, a cárie dentária continua sendo o principal problema de saúde oral, o que reforça a tese de que os cuidados com a boca são deixados em segundo plano.
A Universidade de Oxford, por sua vez, já sinalizou que a periodontite, um dos tipos de doença bucal mais incidente na população, está associada a um risco 24% maior de desenvolvimento de câncer, principalmente o colorretal e o de pulmão. E, pouca gente sabe, mas estar atento aos sinais de irregularidade na boca, mesmo que pareçam inofensivas, previne ainda mais problemas do que se imagina.
Um exemplo são as doenças cardiovasculares, que também podem estar conectadas aos problemas bucais, e isso se explica pela disseminação de bactérias da boca para outras partes do corpo através da corrente sanguínea, que caso cheguem até o coração, podem causar uma infecção. Para as gestantes, o alerta chega através de alguns estudos que também já encontraram associação entre as doenças periodontais graves e partos prematuros, além de baixo peso nos recém-nascidos.
Doenças sistêmicas como diabetes, patologias cardíacas e Alzheimer podem ter seus primeiros sinais revelados através da boca, você sabia? Sintomas como sangramento gengival, feridas bucais, fraturas nos dentes e outras alterações podem indicar essas condições. Mas antes de observadas pelo dentista, essas alterações podem e devem ser observadas pelo próprio paciente, que precisa estar atento aos alertas enviados pelo próprio corpo e realizar periodicamente um autoexame na região que compreende língua, bochechas, céu da boca, gengivas e garganta.
Enfermidades bucais causam dor e desconforto, o que afeta em muito a nossa qualidade de vida. Além, é claro, de impactar na autoestima e autoconfiança dos indivíduos. Por isso é tão importante observar-se e visitar regularmente o dentista, de preferência a cada 6 meses ou de acordo com as necessidades de cada um.
Lembre-se: prevenir e identificar problemas em estágios iniciais pode evitar complicações graves e tratamentos mais invasivos no futuro.