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Leitores do Jornal A Tribuna

Mulheres na indústria, um novo olhar para o mercado

Zilma Bauer | 02/02/2022, 09:13 09:13 h | Atualizado em 02/02/2022, 09:14

O segmento industrial é reconhecido por ter sua mão de obra e lideranças majoritariamente formadas por homens. No entanto, a participação feminina vem ganhando força nesse cenário. É o que apontam dados do portal Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e do IBGE: as mulheres representam 32% da força de trabalho na indústria brasileira, são mais instruídas que os homens e têm mais acesso ao ensino superior.

Os dados, apesar de promissores, não refletem no comando desses ambientes. Mesmo que detenham níveis de escolaridade mais elevados, as mulheres ainda ocupam poucos cargos de liderança e gestão dentro das indústrias. Se elas se destacam, por que isso acontece?

Fatores históricos e principalmente culturais, associados ao machismo em nossa cultura, tornam as microagressões sofridas no dia a dia, o não reconhecimento do trabalho, como fatores determinantes para desencorajar profissionais a buscarem cargos de comando dentro da indústria. 

Além disso, quando conseguem alcançar a chefia, precisam permanentemente comprovar sua competência para legitimar sua autoridade.

A verdade é que, ao enfrentar esses desafios, as mulheres se tornam líderes diferenciadas. Elas valorizam mais as relações, dando mais atenção aos colaboradores, valorizando suas qualidades, promovendo a cooperação para formar equipes melhores. 

Além de que, sua visão mais abrangente e analítica, proveniente de sua atenção aos detalhes, permite avaliar com mais clareza as decisões que precisam ser tomadas.

Dados do relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), órgão pertencente à ONU, mostram que as indústrias que investem em mais diversidade de gênero tendem a ganhar com tal pluralidade: seus funcionários podem gerar cerca de 21% a mais de lucro e líderes femininas nas empresas têm resultados até 20% melhores que os homens.

Elas já são a maioria nos cursos de graduação, de acordo com relatório Education at Glance 2019, da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico: 25% das mulheres entre 25 e 34 anos têm ensino superior no Brasil; a proporção de homens na mesma faixa etária é de apenas 18%.

Na indústria química capixaba, quase 25% das empresas são comandadas por mulheres, segundo dados do Sindicato das Indústrias Químicas do Espírito Santo (Sindiquímicos-ES). 

Temos grandes exemplos em nosso setor, com gestoras que se destacam na indústria química, e também uma mulher à frente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes): a empresária Cristhine Samorini. 

E, para que tantas outras possam chegar lá, é preciso mudar. Esse processo deve envolver toda a sociedade, por meio da educação e incentivo às meninas. Vale destacar que cabe às empresas adotar políticas afirmativas que promovam a igualdade, que repreendam atitudes sexistas, e fornecer ferramentas que incentivem mulheres a assumirem cargos de liderança.

Zilma Bauer é empresária e presidente do Sindicato das Indústrias Químicas do Espírito Santo (Sindiquímicos-ES)

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