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Leitores do Jornal A Tribuna

Meu encontro com o maestro Elias Belmiro

Coluna foi publicada nesta sexta-feira (02)

Giuliano de Miranda | 02/08/2024, 11:08 11:08 h | Atualizado em 02/08/2024, 11:08

Imagem ilustrativa da imagem Meu encontro com o maestro Elias Belmiro
Elias Belmiro faleceu no último dia 27 |  Foto: Divulgação/Giulyanna Cipriano

Infelizmente, no último dia 27 de julho, nos deixou precocemente o maestro, professor e músico Elias Belmiro. Sobre as agruras que a vida lhe reservou, não tratarei aqui, outros o fizeram e fazem, na medida de suas necessidades, fortemente ancoradas no sensacionalismo. Prefiro relatar meu último encontro com Belmiro, nas escadarias do Palácio Sônia Cabral, no centro de Vitória.

Naquela noite realizava-se o 5º Festival Internacional de Violões ES e o 6º Concurso de Violão Maurício de Oliveira. Conforme o próprio reclame do evento preconizava: “Contaremos com importantes representantes do mundo todo, Vitória se tornará a capital do violão na América Latina durante junho de 2024”.

Acompanhados de um amigo, professor de Música da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), Fabrício Moreira, fomos eu e minha companheira, Fabíola Fraga, prestigiar um jovem violonista que havia deixado o Estado fazia algum tempo e retornava agora, já consolidado enquanto artista, para abrilhantar o evento, Esdras Maddalon. Fabrício e Esdras estudaram juntos, daí o convite.

Chegando ao local, antes de entrar, visualizamos uma figura encolhida e encurvada, sentada nas escadas do Palácio. Logo o reconhecemos, lá estava um dos maiores violonistas do Espírito Santo, o “Sr. Villa Lobos”, como muitos o apelidaram, tamanha destreza ao interpretar as obras do artista. Ele nos fez um pedido: “Quero ver meu aluno Esdras, vai se apresentar hoje aqui, mas estou com dificuldades para chegar até lá”.

Não pestanejamos, conduzimos o mestre ao lugar que o pertencia, as poltronas do Palácio, não suas escadarias. Sob o olhar interrogativo dos presentes, acomodamos um tímido e envergonhado Belmiro nas cadeiras da frente, para que pudesse acompanhar o evento com a devida clareza.

O apresentador percebe Elias e o saúda com a pompa merecida, aplaudido de pé. Chega o momento esperado pelo maestro, o jovem Esdras Maddalon, apresentado a Belmiro por seu professor na Fames, ainda bem jovem e que, tempos depois, abriria um show do próprio maestro na Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), o primeiro do jovem músico, adentra ao palco.

Agradecimentos feitos, ele nota a presença de Elias e os dois trocam um longo abraço sob os aplausos dos presentes. Terminada a participação de Esdras, Belmiro se retira, silenciosamente. Quem ali esteve, jamais esquecerá.

Faz-se necessário, ainda, uma informação. No ano de 2000, Maurício de Oliveira, que deu nome ao evento mencionado, foi convidado por Elias Belmiro a participar do disco “Influências”. Nele, atuou ao lado de Elias nas faixas “Se ela perguntar” e “Magoado”, ambas de autoria de Dilermando Reis. Ainda neste disco, Belmiro prestou-lhe reverência, compondo “Mauriciando”. Não mais soube dele até seu falecimento. Para você maestro, aquilo que sempre nos dedicou, poesia:

“Grita ao céu e a terra toda a natureza!/ Cala a passarada aos seus tristes queixumes/ E reflete o mar toda a sua riqueza/ Suave a luz da Lua desperta agora/ A cruel saudade que ri e chora!"

Heitor Villa-Lobos.

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