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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Excesso do uso da língua inglesa e a perda da identidade nacional

| 17/11/2021, 13:16 13:16 h | Atualizado em 17/11/2021, 13:16

O excesso de uso da língua inglesa pode levar a uma perda da identidade nacional? Um assunto sobre o qual tenho refletido é o exagero de vocábulos em inglês disseminado no cotidiano nacional.

Talvez o latim, no medievo, tenha se espalhado de modo tão profundo, quanto a língua inglesa, atualmente. Ressaltando-se que o latim era falado por uma parcela de monges e que 90% da população europeia era, na idade média, composta de camponeses analfabetos. Hoje, estima-se que mais de 1,5 bilhão de pessoas falam um pouco de inglês, e esta estatística cresce com a globalização.  

Este fenômeno pode ser observado diariamente em expressões como “for sale”, “20% off”, “home banking” ou “personal trainer”, que poderiam ser substituídas por expressões em português. Ao fazer esta constatação – sem iniciar  cruzada verbal nacionalista, muito menos trilhar o caminho da xenofobia –, existe uma preocupação com futura perda da identidade cultural nacional face à globalização. 

Há exatos 20 anos, o então deputado Aldo Rebelo propôs uma lei no Congresso que proibia o uso de termos em inglês que tivessem um substituto em vernáculo. Considerei um exagero a proposta de lei, até porque uma certa assimilação de um idioma por outras línguas é um fenômeno universal e até saudável. O projeto foi engavetado, porém, este não foi um caso isolado, diversos países aprovaram leis para proteger seus idiomas da contaminação anglófila.

O que realmente preocupa é que a disseminação de um idioma comum, no caso o inglês, faz com que as pessoas pensem igual e pode levar, sim, à substituição da memória coletiva cultural nacional pela cultura do colonizador. Observei em outubro a ocorrência de festas de Halloween, Brasil afora. Pensemos um pouco: o que faz com que Capitão América ou Thor sejam nossos heróis? Existem  personagens maravilhosos no universo de Monteiro Lobato e de Mauricio de Sousa.

 Não será de espantar se, numa enquete, em salas de aula, as crianças não souberem quem são a “Cuca”, o “Saci”, ou o “Boitatá”. O idioma é um organismo vivo e em constante evolução,  capaz de mil mutações. Porém existe, sim, o medo de termos nossa cultura esquecida pelo excesso de uso de palavras inglesas, porém não ao ponto de levar à perda da identidade nacional.

Somos um povo criativo e diversas vezes adaptamos o inglês às nossas necessidades. Como exemplos temos palavras em que os significados corretos foram substituídos por neologismos em inglês aportuguesado: “Billboard” que, aqui, foi substituída por “Outdoor”; “Shower Stall” que, carinhosamente, se tornou “Box” de banheiro. Elas se tornaram idiossincrasias, pois tais palavras não existem nestes sentidos em inglês.

É claro que a preocupação da perda da identidade nacional preocupa os mais velhos, porém as sociedades estão se adaptando ao combinar elementos antigos com novos.

Alcides José Giacomin Júnior é advogado e mestre em segurança pública.

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