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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

É preciso falar bastante sobre a endometriose

A patologia ocorre devido à inflamação provocada por células do endométrio

Thaissa Tinoco | 03/12/2022, 13:04 h | Atualizado em 03/12/2022, 13:06

Cerca de 7 milhões de mulheres no Brasil e aproximadamente 200 milhões em todo o mundo são afetadas pela endometriose, doença que, embora benigna, traz uma série de sintomas e consequências que impactam a saúde física e psicológica das pacientes.

A patologia ocorre devido à inflamação provocada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas pela menstruação, migram no sentido contrário e vão parar nos ovários ou na cavidade abdominal.  

Apesar da expressiva incidência, a doença é ainda cercada de mitos, dúvidas e falta de informação. Tais condições colaboram para o diagnóstico tardio. A endometriose pode levar uma média de 10 anos para ser diagnosticada e isso pode representar transtornos, dores e um alto impacto negativo na qualidade de vida. 

Entre os sintomas da endometriose, dois deles afetam muito a vida da mulher: as cólicas fortes e a dificuldade de engravidar. 

Estimativas da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE) apontam que entre 30% e 40% das mulheres que sofrem do problema enfrentam a infertilidade.

Levando em conta que gerar um filho é um sonho de boa parte da população feminina e dos casais e também uma decorrência natural da vida, deparar-se com a infertilidade é bastante desafiador e traz legado de sofrimento. 

As dores, muitas vezes incapacitantes, impactam no bem-estar do dia a dia, na qualidade de vida, que é altamente comprometida pelos episódios de cólicas intensas que mais parecem intermináveis, segundo as queixas relatadas todos os dias em tantos consultórios.

Infelizmente essa doença ainda é ignorada, o que contribui para que a demora no diagnóstico permaneça uma realidade para tantas mulheres. Pode ser ignorada por médicos, que não dão a devida atenção às queixas das pacientes; pela família, que, desprovida das informações certas, acredita que cólica é “coisa de mulher” ou simplesmente um exagero feminino; e pelas próprias pacientes, que acreditam que “dor é normal”.

Recentemente, temos visto relatos de personalidades públicas que enfrentam a doença e decidiram manifestar sua condição de saúde afim de alertar outras mulheres para o problema.

E muitas delas, apesar dos recursos e do acesso aos tratamentos, fizeram questão de expor suas dificuldades em chegar a um diagnóstico preciso justamente por não terem sido acolhidas em suas reclamações.

Por isso, faz-se tão necessário falarmos a respeito da endometriose. Um diagnóstico não se trata de mais um caso, mas de uma descoberta que aponta para a esperança de uma vida sem sofrimento, sem dores, sem vida social e familiar comprometida e sem ter que conviver com a frustração de não poder gerar um filho.

Embora seja uma das causas da infertilidade, o tratamento adequado pode viabilizar o sonho da maternidade e também a esperança de viver sem dor e incômodos diários. Só por esses valiosos motivos, precisamos, sim, falar muito sobre a endometriose.

THAISSA TINOCO  é médica ginecologista especializada em tratamento da endometriose

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