Dia do Padre
Coluna foi publicada no sábado (03)
Na Quinta Feira Santa, a Igreja recorda a instituição do sacerdócio ministerial: “Fazei isso em memória de mim”, ordenou Jesus. Sacerdote é uma palavra composta por “sacer” (sagrado) e “dos” (dom). É um dos maiores presentes que Cristo deu ao seu povo, pois, por meio de seus “ministros ordenados” – os sacerdotes, os padres –, Ele se faz vivo, presencialmente, na Eucaristia.
“Se me acontecesse”, disse um dia São Francisco de Assis “de encontrar, ao mesmo tempo, um anjo e um humilde sacerdote, saudaria por primeiro o sacerdote e me apressaria a beijar-lhe as mãos e diria ao anjo. Espere um pouco...! Aqui está um sacerdote, que tem o sublime poder de absolver nossos pecados, nos dá a graça da Eucaristia e nos alimenta com as palavras do Evangelho, que são espírito e vida”.
Bendito seja Deus, nosso Pai, que nos deu o seu próprio Filho, Jesus Cristo, como nosso Senhor e Salvador. Bendito seja nosso Senhor Jesus Cristo, que, no lava-pés, nos ensinou como amar e servir ao nosso próximo e por ter partilhado, na Última Ceia, com os apóstolos, a sua mesma dignidade sacerdotal. Bendito seja o Divino Espírito Santo, que, pela unção sacerdotal, consagra um homem, elevando-o à dignidade de ministro de Deus e administrador de seus bens eternos. Bendito seja a Santa Igreja, que, pela ininterrupta sucessão apostólica, Cristo permanece no meio de nós, como Pastor e Mestre supremo.
Em 1964, o Papa Paulo VI instituiu a “Jornada Mundial de Oração pelas Vocações à Vida Sacerdotal, Religiosa e Missionária”, a ser celebrada, no primeiro domingo de agosto. As vocações de especial consagração são um dom extraordinário do Espírito Santo à sua Igreja: sem elas, a Igreja não poderia realizar a missão, que Cristo lhe confiou.
“O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial são dons complementares. Apesar de se diferenciarem na essência, ordenam-se um ao outro, pois participam, cada um a seu modo, do único sacerdócio de Cristo” (Concílio).
“Somos membros da Igreja, antes de tudo, pela misericórdia divina, graça, que nos é dada pela Igreja, constituída por Cristo, sacramento universal de salvação” (Catecismo da Igreja).
A nova visão da Igreja, dada pelo Concílio, dá a primazia ao povo fiel e não ao clero, como antigamente. A “Lúmen Géntium” (luz dos povos) define a Igreja: “Povo de Deus”. Aos discípulos, Jesus pede orar para que: “O Dono da messe mande operários para a sua messe”.
“Apesar de ser conduzida por pastores humanos – diz o Concílio – contudo, a Igreja é governada por Cristo, Sumo Pastor, o Príncipe dos pastores, Aquele que deu sua vida pelas suas ovelhas”. O Concílio, assim, a define: “A Igreja tem por cabeça Cristo; por condição, a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus; por mandamento, o mandamento novo: amai-vos, como eu vos amei e por missão, uma única missão: difundir no mundo o Reinado de Deus”. Cristo não fundou uma nova Babel, mas, um povo bem estruturado e unido. Santo Agostinho recomendava: “No necessário, a unidade; no duvidoso, a liberdade e, em tudo, a caridade”.