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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Dia da Mulher e a luta pelo direito de dizer não

Confira a coluna desta sexta-feira (07)

Gabriela Küster | 07/03/2025, 14:09 h | Atualizado em 07/03/2025, 14:09

Imagem ilustrativa da imagem Dia da Mulher e a luta pelo direito de dizer não
Gabriela Küster é advogada especialista em Direito de Família e Violência Doméstica

Neste mês de março comemoramos mais um Dia Internacional da Mulher (8/3), data que nasceu após uma série de manifestações feministas por melhores condições de trabalho, no século XX, e até os dias de hoje é lembrada pelos direitos das mulheres alcançados ao longo das décadas.

Neste ano, a conquista do voto feminino completou 93 anos, um importante avanço que garantiu a ambos os sexos escolherem democraticamente seus representantes, que, afinal, governam para todos.

Movimentos relevantes contribuíram para assegurar o direito a escolhas que até então lhes eram negadas, seja de votar, de dar continuidade aos estudos após as séries primárias, de casarem-se ou não. E foi em 1977 que o divórcio se tornou opção legal no Brasil, possibilitando, desde então, a separação de um casal dentro dos termos da lei.

Entre tantas liberdades que a classe feminina arduamente conquistou desde os séculos passados, há uma autonomia gravemente ameaçada em 2025: o direito de dizer não e decidir sobre seus corpos e vontades. Essa realidade se torna, a cada dia, um obscuro pano de fundo de um contexto catastrófico da violência contra a mulher.

Os anos já começam com notícias alarmantes sobre crimes hediondos contra o sexo feminino, boa parte deles sobre homens que não conseguem lidar com uma negativa ou o desejo da parceira de não querer levar o relacionamento adiante. O fechamento dessa conta é mortal: casos e mais casos de feminicídio com a mesma motivação.

Em janeiro, a morte de uma jornalista assassinada pelo ex-noivo, no estado do Mato Grosso, ganhou destaque nas mídias nacional e internacional. Infelizmente, ela foi morta horas após entrar com pedido de medida protetiva contra seu agressor/assassino, que não aceitava o fim do relacionamento e decidiu ceifar a vida da parceira, com quem aparecia fazendo declarações de amor nas redes sociais.

Dias atrás, uma bancária em São Paulo foi morta por um vizinho pelo simples fato de não ter cedido às suas investidas “amorosas”. Inconformado, o homem invadiu a casa da jovem e a estrangulou.

Depois do direito de dizer sim em tantas situações, as mulheres enfrentam a luta pelo direito de dizer não. Vale lembrar que a autonomia de escolher com quem vai ter ou desfazer um relacionamento independe do gênero. Contudo, a população feminina se encontra na mira de algozes, que se valem de uma cultura misógina fortalecida na impunidade.

A reflexão sobre o tema, tão delicado e doloroso, precisa se ampliar para um debate entre os três poderes que regem o País, e que resulte em mudanças práticas. Faz-se urgente e necessária a implantação de políticas públicas e leis que assegurem uma proteção mais eficaz para a população feminina, começando já na infância.

A criação de mecanismos que ajudem a tirar as mulheres do topo das estatísticas do feminicídio vem ao encontro de um desejo coletivo de que nossas filhas, mães, esposas, amigas ou simplesmente mulheres tenham o direito de dizer não sem terem que morrer por isso.

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