Cuidar da pele é zelar por um futuro mais saudável
Leia a coluna desta segunda-feira (16)
A pele é o maior órgão do corpo humano e, muitas vezes, um dos mais negligenciados. Sob o sol, ela conta histórias de uma vida inteira: as marcas das tardes na praia, dos dias de trabalho ao ar livre, das viagens inesquecíveis e até das rotinas mais simples. Mas, por trás dessa memória viva, escondem-se riscos que muitos de nós ignoramos.
O câncer de pele, o tipo mais comum no Brasil, representa 33% de todos os diagnósticos da doença no País, com mais de 220 mil novos casos previstos a cada ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Ele não escolhe idade ou gênero e suas manifestações iniciais podem ser confundidas com lesões benignas.
Uma pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, cresce de tamanho ou apresenta bordas irregulares merece atenção imediata. O mesmo vale para lesões que sangram com facilidade, surgem com aparência elevada e brilhante ou se apresentam como manchas ou feridas que não cicatrizam, mas continuam a crescer, coçam ou sangram.
Apenas um médico especializado pode diagnosticar a doença, seja por exame clínico ou por biópsia, mas o olhar atento ao próprio corpo é indispensável. Conhecer a própria pele, saber onde estão suas pintas e manchas é um passo fundamental para identificar mudanças e agir rapidamente.
Os tipos mais comuns de câncer de pele – carcinoma basocelular, espinocelular e melanoma – têm características distintas, mas compartilham uma verdade: quanto mais cedo forem diagnosticados, maiores as chances de cura.
O carcinoma basocelular, por exemplo, costuma aparecer em áreas expostas ao sol, como rosto e pescoço, com aspecto de nódulos brilhantes e de crescimento lento.
Já o carcinoma espinocelular pode se manifestar como feridas que não cicatrizam e tendem a sangrar, enquanto o melanoma, o mais agressivo, frequentemente surge como uma pinta irregular, com bordas assimétricas e coloração variável.
Muitos desses casos poderiam ser evitados com medidas preventivas simples. Protetor solar, roupas adequadas, chapéus e óculos escuros são ferramentas essenciais de proteção. Evitar a exposição ao sol entre 10h e 16 horas e buscar sombra nos momentos de maior intensidade dos raios ultravioleta são hábitos que podem salvar vidas.
E há outra lição importante: as consequências do sol nem sempre são imediatas. Queimaduras solares intensas na infância e na adolescência, aquelas que deixam a pele vermelha e ardida, aumentam significativamente o risco do surgimento de um melanoma na vida adulta.
Já a exposição crônica ao sol no dia a dia, acumulada ao longo dos anos, é a principal responsável pelos carcinomas.
Cuidar da pele hoje é um ato de autocuidado e um compromisso com a saúde e com o futuro. Mais do que histórias do passado, também carregamos em nossa pele – e nos cuidados que damos a ela – a chance de um amanhã mais saudável. Saber reconhecer os sinais, buscar ajuda médica e adotar medidas preventivas são caminhos que começam com pequenas escolhas diárias.