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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Cem anos da Semana de Arte Moderna

Rogério Borges | 15/02/2022, 10:12 10:12 h | Atualizado em 15/02/2022, 10:13

O centenário da Semana de Arte Moderna não é apenas uma data emblemática para a sociedade brasileira. Ela organiza o movimento e orienta o Carnaval, como diria Caetano Veloso. O Modernismo é um movimento de ruptura artística, estudado e conhecido por brasileiros que acabaram por difundi-lo, de forma incontestável, naquela Semana de 1922.

O lituano Lasar Segall, antes disso, em 1913, já havia trazido as bases desse rompimento estético que algemava o processo artístico no Brasil.

Tudo aconteceu na sua primeira exposição de pinturas, com sua expressão absolutamente contrária ao que se tinha como “belas artes” por aqui. Talvez, por ser um não brasileiro, o evento tenha alcançado tamanha repercussão positiva, por conta de nossa herança colonial.

Porém, faltava um travo brasileiro para consolidar essa ruptura, de forma e de fato, para que o País viesse encontrar a sua produção original de arte, desprendido de modelos formais inspirados na antiga arte europeia.

Eram poemas parnasianos, romances históricos e descritivos, pinturas retratistas, enfim, cópias da arte produzida no início do século XIX que aqui chegaram com a vinda da família real para o Brasil.

Até a Semana de 22, a arte brasileira estava atrelada às amarras formalistas. Assim, a Semana inaugurou no Brasil, com Mario de Andrade e Oswald de Andrade, entre outros, outra visão do que era possível e permitido na arte brasileira.

Para além de investigação histórica do que significou aquele evento, ações e eventos então se desencadeiam pelo Brasil, a partir do que foi gerado pela Semana de 22.

Em três fases estudadas academicamente, é possível identificar a evocação desse evento para a arte brasileira, a transformação dos objetivos e suas estimulações estéticas, e a retirada das amarras referenciais.

O movimento viu na cultura original brasileira a base para um caminho cultural não induzido pelo monopólio decadente da moda europeia, e a construção de uma identidade própria que ainda hoje se procura desenhar.

Em 2022, devemos celebrar e estudar os processos modernistas e antropofágicos que provocaram o nascimento de novas expressões artísticas, e buscar o reconhecimento das criações nacionais e suas evoluções.

Dos quadrinhos ao samba, da bossa nova ao funk, da arquitetura à poesia, das artes digitais às narrativas cinematográficas, da produção pictórica à construção de tudo.

Qual é a resposta da arte para a atualidade? Teremos uma nova modernidade? Movimentos perenes em meio à velocidade e multiplicação das formas e tendências são possíveis? Sucumbiremos à super informação, ou pior, à super desinformação e suposições afirmativas?

O desafio das ações sobre o centenário da Semana de 22 é saber se é possível ser moderno agora, ou se vamos aderir à diluição de tudo que se possa pensar.

A antropofagia hoje, em tempos de Deep Web, vai devorar essa parafernália para gerar que tipo de coisa? O desafio está posto. Qual será o novo Brasil moderno? Haverá esse Brasil?

Rogério Borges é secretário de Cultura da Ufes

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