Câncer de pele e os danos à autoestima
Confira a coluna de sábado (04)
Dias ensolarados remetem a momentos felizes, liberdade e bem-estar, especialmente em um país tropical como o Brasil, rico em belezas naturais que incluem um litoral repleto de roteiros paradisíacos.
Sol, praia e mar são uma combinação predileta para muitos que gostam de curtir as férias e o típico verão brasileiro, marcado por altas temperaturas que se estendem por meses.
Por outro lado, a exposição desprotegida ao sol é a principal causa do câncer de pele, a neoplasia maligna mais comum na população brasileira, que corresponde a 33% de todos os casos diagnosticados. A radiação ultravioleta (UV) do sol danifica o DNA das células da pele, fazendo com que elas se dividam de forma incorreta e gerem células anormais, causando a doença.
Os tipos mais comuns de câncer de pele são o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular, que se caracterizam por feridas que surgem na pele e causam incômodos, como coceira, dor e aumento de tamanho. Apesar de serem os mais incidentes, esses dois tipos não costumam ser letais, ao contrário do melanoma, o tipo menos comum e mais agressivo, principalmente devido ao risco de metástase.
Quando detectados precocemente, os carcinomas apresentam altas chances de cura, mas por serem confundidos com lesões menos graves, muitas vezes seus sinais iniciais são ignorados. E isso pode trazer consequências preocupantes.
Quando essas neoplasias avançam para estágios mais graves, maiores são as chances de o paciente precisar ser submetido a tratamentos invasivos, que inclui a infiltração com destruição local, o que pode ser dramático, especialmente quando acomete nariz, pálpebra, olho ou lábio.
Esses tratamentos mais invasivos ainda podem trazer impactos estéticos que acarretam sérios danos à autoestima, resultando em abalos emocionais para a vida do paciente. As consequências do câncer de pele podem ter muitos desfechos, a depender do estágio e do tipo da doença, da idade do paciente e da quantidade de anos de exposição ao sol. E o tempo da descoberta do diagnóstico sempre fará toda a diferença.
É indispensável que informações sobre prevenção cheguem a um número cada vez maior de pessoas, para que se conscientizem da gravidade de uma doença que pode ir se desenvolvendo ao longo dos anos de forma silenciosa e imperceptível.
Os dias quentes vão continuar predominando em nossos dias, mas cabe conviver com o sol de modo a preservar a pele para que os impactos indesejados não venham comprometer a saúde em um futuro breve ou distante.
É essencial conscientizar a população sobre a importância da prevenção do câncer de pele, e também é necessária a implantação de políticas públicas que promovam informação e recursos para que todos, cientes dos riscos, possam se proteger, inclusive as pessoas com menor poder aquisitivo. Para além das praias, o combate ao câncer de pele precisa fazer parte do dia a dia de todos, e que os dias ensolarados sejam apenas sinônimo de bem-estar e momentos memoráveis.