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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Bicentenário da precursora Firmina Maria dos Reis

| 26/06/2022, 10:56 10:56 h | Atualizado em 26/06/2022, 10:57

Em 11 de março de 1822, em São Luiz do Maranhão, ano em que o nosso Brasil conseguiu sua independência de Portugal, nascia nossa grande Maria Firmina dos Reis, precursora, plantando sementinhas, através dos seus muitos escritos e romances, sendo o principal, “Úrsula”, para a libertação dos seus e dos nossos irmãos negros escravizados, tentando libartá-los desse mal.

Órfã de pai e mãe, era livre, sendo acolhida e amada por sua tia que, deu-lhe a mais nobre oportunidade: direito à Educação que, não só a fez aprender a escrever, interpretar e contar, porém, através da sua curiosidade, a questionar e a produzir literatura.

Através da qual, embora naquela época a leitura fosse acessível apenas para a maioria dos homens intelectuais e brancos, ela  com muita sabedoria, assinava seus escritos apenas com suas iniciais:"MFR", ao que penso eu, o leitor jamais poderia imaginar que o escrito pertencia a uma mulher e ainda, negra.

E assim, pode através dos seus escritos, questionar a religião de então. Levando principalmente em conta, o mandamento: "Amarás ao teu próximo como a ti mesmo". Nisso questionava e criticava o porquê um ser humano ter o direito de escravizar o seu semelhante. "..não somos todos filhos do mesmo pai celestial?"

Porém, seu principal grito veio através do seu primeiro romance, “Úrsula” que, com muita sensatez, escreveu para os brancos, porém, usando também personagens negros, Suzana e Túlio, além dos senhores brancos. 

Dando voz não só aos negros na personagem Suzana, como também, à mulher de uma forma geral, na personagem da senhora, mostrando à sociedade a hipocrisia e o sofrimento da mulher em geral, da época que, embora sofrendo horrores do senhor seu marido, apresentava-o diante da  tal sociedade, como um homem honrado, gentil, enfim, perfeito.

Ela, Firmina, nesse romance, se colocava apenas como uma 'vírgula'... Mas tornou-se em reticências, pontos de exclamação e principalmente, ao meu ver, interrogação; pois através da leitura do mesmo, sementes foram germinadas nos corações  de muitos brancos influentes, e que como tal, tinham corações vermelhos, como o dela, e assim, muitos passaram a ser abolicionalistas, lutando com ela pela causa da liberdade do seu povo.

Embora sendo a primeira romancista brasileira, foi professora concursada em primeiro lugar e, quando aposentada, criou a primeira 'escola mista' que, embora durou uns poucos mais de  dois anos, foi pioneira nessa área educacional em nosso País. Não deixou  registro imagético, mas suas obras aqui estão, mais recentes do que no seu tempo, sendo lidas principalmente, por jovens.

E que assim como no passado a leitura das mesmas, ajudaram a formar consciências na libertação de um povo sofrido, nossos irmãos negros, possam de igual forma germinar atualmente nos corações, a consciência do respeito e do amor, que são necessários numa nação e no povo, para que haja harmonia, progresso e orgulho das suas origens, independente de cor, credo, gênero, ou seja mais lá o que for; e que de fato, "o nosso direito termine onde começa o direito do nosso semelhante.

EDNA FROEDE é professora, psicopedagoga, poetisa e escritora.

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