Avanço na prevenção do VSR para prematuros e vulneráveis
Confira a coluna desta quarta-feira (12)
Recentemente nós, pneumologistas pediátricos e os pais de crianças com até 24 meses, fomos surpreendidos com uma notícia que irá impactar, de forma positiva, na vida de milhares de famílias. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou a inclusão do medicamento Nirsevimabe, nome comercial Beyfortus, no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que entrou em vigor no dia 3 de fevereiro de 2025.
Essa decisão representa um marco importante na proteção de recém-nascidos e crianças até 24 meses contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma infecção respiratória cuja gravidade é mais acentuada em prematuros e crianças com condições de saúde preexistentes.
A decisão foi divulgada após a Sanofi, fabricante do Nirsevimabe, informar que o imunizante chega às clínicas particulares, hospitais e maternidades nas próximas semanas, a tempo do início da sazonalidade do VSR. Para a Região Norte, essa temporada ocorre de fevereiro a junho, enquanto nas demais regiões, o período vai de março a julho.
Aprovado pela Anvisa em 2023, o Nirsevimabe é um anticorpo monoclonal que oferece proteção imediata contra o VSR, permitindo que os recém-nascidos e crianças menores de dois anos mantenham-se protegidos, sem a necessidade de ativação do sistema imunológico, uma vez que é administrado em dose única.
Estatísticas alarmantes revelam que o VSR é responsável por 75% das hospitalizações por bronquiolite em crianças menores de dois anos. Essa patologia respiratória compromete a ventilação, dificultando a absorção de oxigênio pelos pulmões, o que pode levar a complicações graves e, em casos extremos, à morte.
O vírus é altamente contagioso, sendo transmitido pelo ar e pelo contato com superfícies contaminadas. Portanto, eu sempre oriento que medidas de prevenção, como higienização frequente das mãos, o uso de álcool em gel e a ventilação dos ambientes, são fundamentais para reduzir a disseminação.
Com a nova inclusão, todos os planos de saúde serão obrigados a cobrir o Nirsevimabe para dois grupos específicos: prematuros com menos de 37 semanas de gestação e com menos de um ano de idade que estão enfrentando ou entrarão na sua primeira sazonalidade do VSR; e crianças com menos de dois anos que apresentem doença pulmonar crônica da prematuridade ou doenças cardíacas congênitas com repercussão hemodinâmica.
Essa medida garante aos pais desses pacientes vulneráveis o acesso a um tratamento preventivo e essencial, reduzindo o risco de complicações. A inclusão do Nirsevimabe no Rol da ANS não só representa um avanço significativo na proteção da saúde infantil no Brasil, mas também reforça o compromisso das autoridades de saúde em combater as complicações oriundas do VSR.
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