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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Advocacia agressiva

Coluna foi publicada na quarta-feira (14)

Thom Bernardes Guyansque | 15/08/2024, 12:22 12:22 h | Atualizado em 15/08/2024, 12:22

Imagem ilustrativa da imagem Advocacia agressiva
Comportamento agressivo de advogados pode estar relacionado à falta de prática jurídica durante a formação |  Foto: Canva

Todo acadêmico possui sonhos, traça planos e luta por seus objetivos. Eu, particularmente, nunca quis me tornar um advogado, objetivando concluir meu curso e focar em concursos públicos.

Em determinado momento, buscando aprimorar conhecimentos práticos e, principalmente, atender critérios ou para conseguir pontuação em concursos, optei por fazer a prova da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e patrocinar apenas cinco processos por ano durante três anos para conquistar a prática jurídica muitas vezes exigida. Porém, a advocacia me “pegou pelo pé” e logo no primeiro ano de prática já conduzia mais de uma centena de ações.

Como todo e qualquer ser humano, cometi vários erros, principalmente no que se refere à forma de me expressar, talvez porque influenciado por filmes e séries no lugar de estágios em escritórios, pois não tive tal oportunidade porque já tinha um emprego, cumprindo esse requisito do curso em Núcleo de Prática Jurídica da faculdade.

Meu comportamento no início de carreira era demasiadamente agressivo e um dos meus maiores arrependimentos e lamentos foi a forma que me referi e tratei uma advogada trabalhista de nome Milena Gotardo. De fato, ela não merecia minha deselegância e prepotência e espero que um dia me perdoe por aquele abominável que um dia fui.

Na semana em que escrevo esse texto um fato muito curioso ocorreu em uma audiência que eu conduzia e que me fez rememorar essa minha particular “idade das trevas”. Na referida audiência havia três advogados, um para cada requerido, sendo que um deles propôs um acordo para dar fim a demanda em face de seu cliente.

Após contraproposta, o acordo foi aceito, tendo tudo para ser celebrado, no entanto, após cerca de 40 minutos de espera, o conciliador apresentou um texto homologatório da magistrada, fazendo com que aquele acordo alcançasse os demais litisconsortes. Por óbvio eu discordei, uma vez que o objeto do acordo seria o dano material sofrido pelo meu cliente e, quanto aos danos morais, o processo seguiria em face dos demais. Isso estava muito claro nos termos.

O conciliador, na ocasião, disse que não poderia fazer nada e que eu deveria, se fosse o caso, recorrer da decisão. Nesse momento, sem que isso lhe trouxesse qualquer benefício, o advogado da parte adversa se manifestou contrário ao ato arbitrário, inclusive pugnando pelo cancelamento do acordo.

A atitude daquele advogado me fez pensar que se fôssemos, enquanto acadêmicos, melhor orientados, não cometeríamos erros comportamentais como aqueles que cometi com a dra. Milena. Eu deveria ter sido um cavalheiro como consuetudinariamente já buscava ser fora dos autos; como aquele advogado foi sem que ganhasse nada com isso.

Não quer dizer que não devemos ser firmes na luta pelos interesses de nossos clientes, mas devemos ser respeitosos e nos incomodar com a injustiça, independentemente de quem ela esteja atingindo, como foi naquela causa o dr. Rogério Romano (OAB/ES 13.115), o advogado que me ensinou a ser uma pessoa melhor enquanto advogado.

Imagem ilustrativa da imagem Advocacia agressiva
Thom Bernardes Guyansque é advogado e portuário |  Foto: Divulgação

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