A importância da autonomia e da independência dos idosos

Feronando Marcarini Cavalcanti é fisioterapeuta neurofuncional |  Foto: Arquivo AT

O envelhecimento populacional está cada vez mais evidente nas estatísticas demográficas globais. O Brasil vivencia esse processo de envelhecimento desde o século passado. Essa conquista se deve a melhorias nas condições básica de vida como a nutrição, cuidados com a saúde, o bem estar econômico, dentre outros. 

Sendo assim, houve um grande crescimento da expectativa de vida, ou seja, a idade aproximada que um indivíduo poderá viver. No Brasil a expectativa de vida saltou de 74 anos em 2010 para 76 anos em 2020. E em 2040 será de 83 anos. 

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O maior percentual de idosos em um população, resulta em consequências sociais e econômicas, que devem ser amenizadas por meio de políticas públicas. Suprir as demandas assistenciais garantindo os direitos básicos que dignificam a vida dos idosos, como acesso à saúde, lazer, esporte, boas condições sanitárias e nutricionais, por exemplo, são fundamentais para a saúde mental na terceira idade. 

Talvez um dos aspectos mais difíceis do envelhecimento seja a perda da independência e da autonomia. 

Embora pareçam similares, o significado dessas palavras são bastante diferentes e fazem diferença na prática da manutenção da qualidade de vida dos idosos. Independência: capacidade de fazer suas atividades do dia a dia sem precisar da ajuda de terceiros. Tem relação com habilidade física. Autonomia: capacidade de gerenciar-se, tomar decisões e planejar seus objetivos. Tem relação direta com a aptidão mental. 

O idoso, portanto, pode ser autônomo e independente, mas também pode ser apenas um ou outro. Todas as pessoas e profissionais que lidam diretamente com os idosos precisam saber diferenciar essas necessidades. Muitos, com o avançar da idade, mantém a função cognitiva, mas vão perdendo as suas habilidades físicas. E o que ocorre em diversos casos são os familiares rotularem o idoso  como incapaz, sendo isso umas das principais causas de depressão na terceira idade. 

Os estudos demonstram que a depressão atinge cerca de 20% da população entre 60 e 65 anos e um dos principais motivos é a perda da independência e da autonomia. Muitas vezes são idosos aptos a realizar suas atividades físicas e mentais de forma independente, mas que são impedidos por familiares. 

Sabemos que com o avanço da idade, muitas vezes, a integridade física e mental podem ser comprometidas. Por isso é de grande importância a avaliação de profissionais de saúde que podem orientar a família sobre as funções físicas e mentais. 

É possível manter a autonomia e a independência na terceira idade. A primeira forma é através da prevenção, com atividades físicas e mentais para minimizar os efeitos do avançar da idade. E sempre estimulando a se manterem ativos nas atividades do dia a dia, por mais simples que seja, com uma rotina mais ativa. 

A outra forma é através das atividades de reabilitação para os idosos com comprometimento físicos e mentais. Muitos desses idosos são capazes de se reabilitar e readquirir sua independência e funcionalidade. 

Feronando Marcarini Cavalcanti é fisioterapeuta neurofuncional

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