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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

A gentileza

Coluna foi publicada no domingo (11)

Pedro Valls Feu Rosa | 12/08/2024, 12:05 h | Atualizado em 12/08/2024, 12:05

Imagem ilustrativa da imagem A gentileza
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo |  Foto: Divulgação

Dia desses um motorista distraído esqueceu de fechar o vidro do seu carro. No dia seguinte, depois de uma noite chuvosa, encontrou-o fechado – e também um bilhete: “Não queria que seu carro se molhasse. Tenha um bom dia”.

Um outro cidadão foi buscar seu carro, estacionado em uma movimentada rua e encontrou no vidro dianteiro um recado: “Observei que seu bilhete de estacionamento estava quase vencendo e vi a fiscal descendo a rua. Comprei para você duas horas extras”.

Há também o caso de um motorista de caminhão que encontrou colado na porta deste um envelope com a seguinte mensagem: “Você não me conhece, mas eu percebi que seu veículo precisa de pneus novos. Sempre quis fazer uma bondade para uma pessoa estranha, porque um dia alguém fez o mesmo por mim.

Em anexo está o recibo da loja de pneus da esquina. Basta ir lá e eles trocarão os pneus do seu caminhão gratuitamente. Tudo o que peço é que algum dia você faça algo bom para um completo estranho”.

Não nos esqueçamos do ciclista que foi apanhar sua bicicleta, estacionada na rua, após um violento temporal. Encontrou o banco devidamente protegido por um plástico, sob o qual lia-se “Um assento molhado não teria sido legal”.

Não faz muito tempo um jovem casal, com um bebê a reboque, foi a um restaurante. Enquanto faziam as contas para ver o que seria possível pedir receberam um bilhete:

“Certa vez, quando estávamos começando a vida, alguém nos pagou um jantar. Isso nos marcou profundamente. Sejam bons pais e trabalhem duro – a vida passa depressa”. Seguiu-se, então, um maravilhoso jantar absolutamente grátis.

Há o caso do casal de turistas que tomou o metrô errado em um país distante. Já na saída da estação perguntaram a um policial como fazer para chegar ao destino, que supunham ser o próximo. Eis que o agente da lei, pacientemente, explicou-lhes que deveriam pegar outra linha.

Em seguida, para espanto de ambos, foram por ele acompanhados até a porta do metrô correto. Na estação de chegada, um outro policial os aguardava, com um mapa às mãos, para orientá-los. O casal insistiu em pagar os dois bilhetes, mas ouviu o seguinte: “Vocês estão perdidos e devem ser ajudados - o valor dos bilhetes não importa, mas sim o princípio”.

Tenho arquivado o registro de cada um desses casos. Omiti, intencionalmente, onde se passaram. Pode ter sido aqui, ali, lá ou acolá – não importa. Teria também exemplos mais vistosos em meu “database”, como uma estatística segundo a qual quase metade dos atendimentos médicos do mundo todo vem do trabalho de voluntários. Ou de que a esmagadora maioria dos casos de recuperação de drogados é igualmente fruto da dedicação de pessoas que se doam sem esperar nada em troca.

Sim, eu teria belos números a mostrar. Mas hoje ficarei apenas com aqueles pequenos gestos de grandeza e gentileza das pessoas comuns, praticados sob o único impulso de saber que alguém teve um momento de alegria ou algum sofrimento atenuado. Afinal, o menor ato de gentileza vale mais que a maior de todas as intenções!

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