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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

2 + 2 = 4

Coluna foi publicada no domingo (17)

Pedro Valls Feu Rosa | 18/03/2024, 11:18 11:18 h | Atualizado em 18/03/2024, 11:17

Imagem ilustrativa da imagem 2 + 2 = 4
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo |  Foto: Divulgação

Dia desses lia sobre um efeito denominado “Inverno da Fome Holandês” – que me levou a meditar sobre a simplicidade de diversos conceitos esquecidos nos tempos presentes. Nos idos de 1944, houve um grande surto de fome na Holanda por conta da Segunda Guerra Mundial. Milhares morreram. Logo em seguida, com o fim do conflito, rapidamente o país retornou à normalidade.

Décadas depois médicos de Utrecht e de Amsterdã analisaram os dados de 7.845 mulheres que viveram naquela época de escassez. Constataram, em mães e filhos, um sensível aumento dos índices de doenças cardíacas e obesidade. Realço, para máxima clareza: pessoas que ainda eram feto durante o período da fome apresentaram, quando adultas, claras “cicatrizes” na forma de diversas doenças.

Este estudo me conduziu a um outro realizado na Universidade McGill, do Canadá. Após análise dos cérebros de 24 crianças vítimas de suicídio, constatou-se que os daquelas submetidas a abusos apresentavam claras deformações em nível genético.

Ainda mais conclusiva foi uma pesquisa realizada na Nova Zelândia ao longo de 20 anos sobre milhares de pessoas. Constatou-se que aquelas submetidas a graves abusos durante a infância eram mais propensas a ações violentas na idade adulta.

Lembrei-me em seguida de certo jovem norte-americano viciado em um violento videogame, cujo objetivo é roubar carros e matar policiais. Em um dado dia, sem o menor motivo, saiu pelas ruas decidido a roubar um carro. Acabou preso. Na delegacia, conseguiu pegar uma arma e matou três policiais. Condenado à morte, declarou que “a vida é como um videogame: em alguma hora você morre”.

Enquanto isso diversos estudos concluíram que 80% das crianças norte-americanas se divertem com jogos similares – descobri até um cujo objetivo é estuprar mulheres. Aos resultados: segundo a Escola de Medicina de Nova Iorque, essas crianças são 11 vezes mais propensas a apresentarem comportamentos agressivos.

Recordei-me de um alerta da Associação Americana de Psicologia, no sentido de que, antes de completarem o 1º grau, as crianças norte-americanas terão visto 8 mil assassinatos e 100 mil atos de violência na TV.

Encerrei minhas divagações relendo um excepcional editorial do jornal “The Japan Times”: “A urbanização e o colapso da convivência familiar privaram as crianças de espaços físicos e sociais onde elas se sentiam queridas e onde podiam desenvolver amizades. E os pais estão tão preocupados com o tempo e perturbados pelo trabalho, que já quase não interagem com seus filhos. Muitas crianças que se tornam violentas carregam profundo sentimento de terem sido negligenciadas ou ignoradas”.

Diante disso tudo pense nas escolas – de ontem e de hoje. Converse com algum professor idoso. Descubra a chocante queda no nível de civilização das salas de aula. Depois olhe para sua rua. Perceba nela uma sociedade a cada dia mais violenta e desigual, angustiada pela falta de, em uma expressão, espiritualidade.

Pois é. Será que temos ignorado a boa e velha matemática?

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