É possível que eu tenha o canal vaginal curto?
Coluna foi publicada no domingo (17)
Recebi essa perguntinha de uma paciente esses dias, e achei que talvez você já tenha se perguntado se há diferença entre as mulheres nesse quesito! A situação foi a seguinte: a paciente tinha muita dor na relação e estava me questionando se ela poderia ter o canal curto, visto que esse não era o relato das amigas.
Essa é uma questão que tem muitos detalhes que talvez você não saiba sobre o corpo feminino ou que sequer tenha parado para pensar e analisar.
Vou apresentar alguns argumentos práticos e depois gostaria de ouvir a sua opinião sobre o assunto.
Para começar, eu gostaria de dizer que cada mulher é única também nesse sentido e pode se orgulhar disso. Cada vagina é única e específica para cada pessoa.
Sendo assim, não há necessariamente uma forma de vagina “normal” ou um padrão que sua vagina deva ter. Todas são particulares assim como a genitália masculina.
Considerando o padrão externo, existem diversos formatos de pequenos lábios, grandes lábios, capuz do clitóris e clitóris. Esse é um dos motivos de eu abordar os tratamentos da estética íntima, além dos faciais e corporais, pois pode haver insatisfações e estas podem ser corrigidas se assim a pessoa desejar. Respeitando a anatomia e a funcionalidade do órgão, isso não seria um problema.
A mulher não tem o costume nem teve a oportunidade ao longo de muitas gerações de encarar, avaliar, reconhecer e discutir sobre sua região íntima.
Portanto, saber se o que eu tenho é normal ou esperado acaba sendo uma dor para muitas, pois não temos um padrão de comparação, fato que é mais comum nos meninos.
Então eu te faço o seguinte questionamento: se os homens têm tamanhos e formatos diferentes, por qual motivo o aspecto feminino deveria ser igual ou seguir um padrão? Já tinha parado para pensar dessa forma?
E se temos peso, altura, rostos e até traços diferentes, por qual motivo lá embaixo deveria ser tudo igual?
Em relação ao canal vaginal, vale a mesma analogia? Então, é aí que o bicho pega, porque além de, sim, fazer sentido essa analogia, ela pode se modificar conforme a fase da vida, grau de excitação e vida reprodutiva dessa mulher.
Vamos aos exemplos: pessoas menores e com a pelve mais estreita podem ter o canal mais curto. Pessoas mais altas e com a pelve mais larga podem ter o canal mais profundo. Existe até uma menção no Guiness Book de uma moça com a maior vagina do mundo: ela tinha 2,46 metros de altura. Outro fato interessante é que o diâmetro desse canal pode mudar durante e após o parto, e a profundidade do mesmo pode se modificar com o grau de excitação e até por questões hormonais.
Hoje existem tratamentos estéticos para a vulva, que é a parte externa, onde é possível fazer intervenção cirúrgica e tirar o excesso de pele.
Também são possíveis procedimentos para realizar mudanças, de forma menos invasivas, como os preenchimentos e o laser de CO2 – esse último sendo utilizado no canal para melhorar o alargamento ou melhorar a lubrificação e redução do incômodo ligado à baixa elasticidade.
Enfim, somos diferentes sim, e está tudo bem: podemos mudar a estética íntima caso não nos agrade, assim como qualquer outra área do corpo.