Vidigal bateu pé e foi vencedor
Coluna publicada no jornal A Tribuna
O prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), está sendo considerado no mercado político capixaba como o maior vencedor individual dessas eleições. Há quem diga que ele sai do processo eleitoral maior do que entrou, mesmo sem ter disputado reeleição. Isso porque ele decidiu apostar em Weverson Meireles (PDT), seu ex-secretário de Governo, de apenas 33 anos.
Tomou essa decisão contra os próprios aliados do partido e até mesmo a contragosto de parte da família. Seu filho, Dudu Vidigal (PDT), ainda na pré-campanha, saiu da presidência da sigla por não achar que Weverson teria condições de vencer.
Desde quando Vidigal anunciou que não iria disputar a reeleição, no começo de 2024, muitos acreditavam que essa decisão arriscada significava que o PDT perderia o comando da Serra e que esse poderia ser o início do fim da carreira política do pedetista. Vidigal, porém, mostrou que estavam errados.
Empurrão do governo
De azarão, Weverson conseguiu ganhar a disputa no maior colégio eleitoral do Estado. Não somente Vidigal teve influência nisso, mas o governador Casagrande (PSB), que esteve na campanha do pedetista desde o 1º turno. Demonstrou a importância que era para o governo continuar com um aliado na Serra, sobretudo pensando na eleição de 2026.
Vê copo meio cheio
O presidente estadual do Republicanos, Erick Musso, destacou que após o resultado, “nasce a maior liderança popular da Serra dos últimos tempos”, já que Muribeca obteve 90.227 votos. “Foi sem a máquina estadual e municipal”. Mesmo assim, o republicano ficou atrás do número de abstenções na cidade: foram 120.257 eleitores que não votaram.
Na 2ª tentativa
Após o apoio do PSDB ter sido cobiçado pelos principais candidatos à Prefeitura da Serra, o presidente da sigla, deputado estadual Vandinho Leite (PSDB), escolheu fechar com Audifax (PP).
Depois de o progressista ter ficado fora do 2º turno, Vandinho decidiu fechar apoio a Weverson Meireles (PDT), que venceu o pleito.
Já há dúvida nos bastidores sobre qual espaço o PSDB terá na gestão serrana, já que o PDT foi a 2ª opção.
“Barrinha” é nova moqueca
A tradição do capixaba é apresentar a moqueca capixaba aos estrangeiros que vêm ao Estado. O governador Casagrande (PSB), porém, decidiu apresentar ao fundador do Horasis Global Meeting, o alemão Frank-Jünger, a sua “barrinha de cereal”, que nada mais é que torresmo com limão.
Possibilidades de quem não venceu no Sul
Em Cachoeiro de Itapemirim, o segundo mandato de Victor Coelho (PSB) termina no dia 31 de dezembro deste ano. Não conseguiu eleger Lorena Vasques (PSB) e pode ter espaço em alguma secretaria ou subsecretaria do governo do Estado, a partir de janeiro. Também é cotado para disputar eleição para deputado federal em 2026. Já Diego Libardi (Rep) pode voltar a fazer parte de alguma gestão. Foi secretário de Direitos Humanos de Vitória.
GALERIADe liderança à prefeitura
Em reportagem publicada por A Tribuna em abril de 2017, Werverson Meireles, ainda com 26 anos, falava como coordenador da juventude do PDT. O título da matéria: “Partidos caçam jovens nas redes sociais”. Em sete anos, se tornou prefeito do maior colégio eleitoral do Estado.
Elogiou até opositor
Em algumas entrevistas recentes, Weverson chegou a elogiar o período de gestão de Audifax (PP) na Serra e apontou que quer união e diálogo a partir de 2025. Após ter vencido, as informações são de que Weverson tentou ligar para Muribeca (Rep) e Erick Musso (Rep), mas apenas Musso teria retornado.
Repercussões na Câmara
Com a vitória do pedetista, a chance de um vereador da mesma legenda assumir a presidência da câmara da Serra aumenta. Rodrigo Caldeira (Rep), que seria o nome se Muribeca (Rep) vencesse, se vê sem chances. Resistência ao nome de Saulinho da Academia (PDT), porém, continua.