Quem é o seu filho no bullying?
Coluna foi publicada no sábado (28)
O bullying é o ato de ameaçar, intimidar, humilhar, excluir, discriminar ou falar mal de uma pessoa sem motivos. Essas agressões têm uma ação contínua sobre a vítima, gerando nela estresse e desequilíbrio emocional.
Na escola, elas ocorrem com bastante frequência, desencadeando no aluno atacado o medo do contato grupal e o desejo de não ir às aulas.
Quando se fala em bullying, na maioria das vezes, o foco é sempre a vítima; contudo, nessas situações, existem também o agressor e aqueles que assistem passivamente, rindo e se divertindo com o acontecimento.
Todos os envolvidos precisam de suporte emocional; eles apresentam um problema ético e emocional.
A visão de convívio e de relacionamento social apresenta um grave equívoco moral que precisa ser corrigido pelos pais e pela escola.
O agressor é quem mais precisa de ajuda, pois para ganhar visibilidade e ter a atenção dos colegas, ele precisa depreciar e intimidar alguém supostamente mais fraco.
Esse aluno se mostra como um covarde e tirano, com sérios problemas de entendimento de normas sociais.
Existem vários tipos de bullying:
1. Físico: Inclui beliscões, socos, chutes, empurrões e afins.
2. Verbal: É o mais comum. É feito por meio de apelidos, xingamentos e provocações.
3. Material: Acontece quando a pessoa tem seus pertences danificados ou furtados.
4. Virtual: Nesse caso, a agressão se dá por meios digitais, como WhatsApp, e-mail, Instagram e outras redes sociais. Fotos, vídeos e posts alcançam muitas pessoas em pouco tempo. Devido à sua rápida disseminação, hoje, a ofensa on-line é mais utilizada.
5. Moral: Difamar, intimidar, caluniar ou disseminar rumores.
6. Social: Ignorar, excluir ou isolar com o objetivo de humilhar.
7. Psicológico: Perseguir, amedrontar, intimidar, dominar, manipular e chantagear.
Alguém que precisa mostrar sua força e poder humilhando o outro certamente apresenta um problema com sua autoconfiança e autoestima. Algo muito ruim está acontecendo com ele.
Eles desenvolvem prazer em atacar alguém e ver sua vítima sofrer. Além disso, fazem isso diante de uma plateia que os aplaudem. Esta é uma forma muito ruim de buscar poder e satisfação.
Aqueles que assistem passivamente à vítima ser atacada são igualmente culpados por não impedirem a tirania contra um colega.
O silêncio ou as risadas dos que estão em volta reforçam, mesmo sem intenção, ataques físicos ou verbais. Muitas vezes, essa conduta é fruto do medo de se tornar o próximo alvo do agressor.
A vítima propriamente dita precisa de apoio e fortalecimento para lidar com os ataques que passa a sofrer dali para frente.
Todos os tipos de bullying têm um componente que afeta a saúde mental daquele que é atacado. Além da vítima, é preciso identificar o agressor, para que, juntamente com seus pais, se mostre a inadequação dos comportamentos agressivos do filho.
É necessário deixar claro que bullying é violência e não pode ser considerado apenas como “zoação”.
Identificar seu filho no processo do bullying e ajudá-lo a superar esse comportamento ruim é crucial. A terapia é um bom caminho para buscar equilíbrio e fortalecimento emocional.