Cláudio Miranda é terapeuta individual e familiar, psicopedagogo clínico, pós-graduado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP |  Foto: Arquivo/AT

Imagine que você vai fazer uma avaliação de como a sua vida se encontra nesse exato momento. O que você diria? Está boa ou ruim? Dizer “mais ou menos” não vale. Faça uma relação no papel e descreva: Está boa por quê? Está ruim por quê? Em cada um desses itens, “bom e ruim”, seja o mais minucioso possível. Depois, analise as suas respostas.

Alguém poderá dizer que viver é resolver problemas o tempo todo. Para muitos, a vida é dura, cruel e injusta. Sofrem com os planos que não deram certo.

Lamentam os fracassos e as dificuldades financeiras, no trabalho, na família e nos relacionamentos afetivos.

Todos nós sofremos em algum momento por perdas, angústias e sofrimentos que fazem parte do viver. As condições externas do mundo à nossa volta nos influenciam sim, mas a sua capacidade em lidar com isso é que dirá sobre o seu estado de espírito e de como você vive.

Há pessoas felizes e tristes exatamente no mesmo ambiente de trabalho, na mesma situação financeira, na mesma condição de vida.

Existem aqueles que estão bem ou mal em tempos de fartura ou de crise. O que faz a diferença nesses dois tipos de indivíduos? Seria a genética herdada de pai e mãe ou foi a educação recebida?

Estar feliz ou ser feliz parece que se tornou uma obrigação. E o materialismo em que vivemos correlaciona a felicidade a ter bens, a possuir coisas.

Não, viver bem não é só ter dinheiro, ter muitos carros, casas, fazendas, poder viajar e ser famoso. É um erro pensar assim, contudo, esse é o modelo de felicidade que tanto buscamos.

Ser feliz não pode ser forçado e nem seguir um único modelo e padrão. É uma conquista realizada no dia a dia em pequenas e grandes coisas. Ela também não é definitiva.

É uma busca que não se acaba porque ela está diretamente relacionada com o nosso modo de viver e de lidar com as situações e coisas que nos acontecem a cada momento.

Felicidade não é um fim. Ela não é um lugar que se tem que chegar. Ela está aqui, em nós, no presente. Viver bem é uma tomada de decisão, então não importa onde você está, com quem você se relaciona e o que você tem. Você é feliz e pronto.

Não há uma fórmula mágica para ser feliz. Nós temos que estar de bem com a vida e descobrir as possibilidades de reconstrução e de superação a todo momento. O estado de felicidade e de contentamento é pessoal e intransferível.

Você será feliz quando não se sentir tão influenciado pelas situações que acontecem fora de você. Assim, o sucesso do outro não te incomodará mais.

Perceberá que as suas dificuldades são passageiras e que sempre algo novo virá. Para pessoas assim, o amanhã sempre surgirá como uma promessa de esperança, capaz de tornar o seu dia um momento melhor de ser vivido.

Viver feliz e estar bem é uma decisão que a pessoa toma. A partir daí ela passa a tomar todas as providências para que o seu momento presente seja o mais importante da sua vida.

Valorize bem o que você tem e vive hoje. A cada dia comece a colocar a sua atenção nos fatos e situações positivas e promovedoras de novos momentos de paz e de crescimento interior.

E aí, você está de bem com a sua vida?