Confrontos familiares na adolescência
Coluna publicada neste sábado no Jornal A Tribuna
Cláudio Miranda, terapeuta de Família e Psicopedagogo Clínico
É comum na adolescência haver conflitos dos filhos com os pais. A adolescência é um período de questionamento e de fortalecimento da identidade. Contudo, essas brigas não devem afastar os adolescentes da família. É preciso saber passar por um momento de tensão e superá-lo.
E você? Como são as discussões na sua casa? Elas são passageiras ou duram muito tempo?
Na adolescência, o jovem está ensaiando seus passos para a vida adulta. É normal nessa fase eles apresentarem oscilações de humor, episódios de agressividade e reclusão.
Para alguns, a vida de adulto e as responsabilidades que ela traz podem desencadear preocupações e um nível de ansiedade que pode ser mais ou menos intenso.
Se os pais souberem entender esse momento, a relação familiar não ficará comprometida. Nessa idade será comum seu filho ficar mais calado e afastado do contato familiar.
Poderá preferir estar mais tempo com os amigos, contudo isso não quer dizer que não queira estar em família.
É importante ele saber que, haja o que houver, seus pais estarão lá para protegê-lo e ajudá-lo. Isso é o que acontece numa família equilibrada.
Muitos adolescentes podem apresentar oscilações de humor e se afastar momentaneamente da família. Alguns ficam reclusos e trancados em seus quartos, vivendo numa realidade paralela.
Esse afastamento, se for demasiado, pode agravar as relações com a família e com o mundo.
Lidamos hoje com um problema silencioso e de efeitos devastadores expressados pelos sintomas de ansiedade e de depressão. Os pais devem buscar formas de contato e de equilibração das relações.
Na maioria das vezes, o sermão e as broncas são as estratégias de comunicação mais usadas, mas não costumam surtir efeito. O diálogo ainda é um desafio para os pais na educação.
Tentar se aproximar do filho é um bom caminho para fortalecer o vínculo emocional com ele.
Uma ótima forma de construir uma conexão com os adolescentes é se envolver com eles através de seus interesses. Experimente, por exemplo, conversar com ele sobre o que gosta de fazer e os jogos que mais gosta e peça para lhe ensinar a jogar algum. Isso poderá ser um bom caminho de aproximação.
O fortalecimento das relações parentais desenvolverão níveis mais altos de autocontrole, bem como uma maior autoestima.
Isso promoverá mais alegria e bem estar na vida em família. Consequentemente, eles se tornarão mais propensos a desfrutar do convívio com os pais e irmãos.
Para detectar problemas de saúde mental e descontrole emocional nos filhos adolescentes, os pais devem ficar atentos às mudanças de humor e comportamento nas várias situações de convívio familiar.
Alterações no comportamento escolar, mudanças nos padrões de alimentação e sono podem ser indicativos de um problema maior, como depressão e ansiedade.
Tudo que fugir à normalidade esperada do seu filho poderá ser um sinal de que ele não está bem e de que ele precisa de ajuda. A terapia normalmente é um bom caminho não só para os filhos como para os pais. Um profissional especializado poderá fazer intervenções que irão reequilibrar o ambiente e a união familiar.
Cláudio Miranda é terapeuta individual e familiar, psicopedagogo clínico, pós-graduado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
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