Uma relação desgastada e adoecida
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No convívio diário, as pessoas vão se mostrando cada vez mais e as diferenças de opiniões e os atritos poderão acontecer. É compreensível as discordâncias existirem em qualquer situação.
O primeiro ponto a considerar é o modo como um se mostra ao outro na sua forma de pensar.
Relações de longa data têm o agravante do desgaste do tempo quando a qualidade do afeto, cuidado e diálogo se deterioram, tornando as pessoas mais ásperas mutuamente.
Com o desgaste de um relacionamento surge o adoecimento, as privações e limitações vivenciadas pelas partes envolvidas. Será comum a manifestação de sintomas de ansiedade e sinais de depressão que vão aumentando a cada dia pelo desamparo e descaso daquele que eu esperava atenção e zelo.
Quando você briga ou ofende alguém, então você deve se redimir e se desculpar. Isso é muito honroso e nobre. No entanto, é comum as pessoas não pedirem perdão por algo errado que fez a alguém. Por orgulho ou por vergonha não o fazem.
A reparação realinha o relacionamento e melhora o convívio entre o casal, entre pais e filhos, entre irmãos e entre amigos.
No exercício da reparação fica subentendido a predisposição em transformar seus antigos hábitos e estilos de vida em ações de aproximação e valorização do outro em sua vida. É uma forma muito clara e verdadeira de dizer: “Você é importante para mim e eu gosto de ter você por perto”.
Reconhecer a importância do outro na própria vida pode ter um “efeito mágico” e favorecedor de novas “sinapses afetivas” favorecedoras de uma aproximação emocional cada vez mais intensa e verdadeira.
Um dos piores venenos para qualquer relacionamento é a mesmice, o descaso e o desinteresse de um para com o outro.
No dia a dia, os parceiros devem dedicar um tempo para demonstrarem verbalmente e com atitudes o quanto a companhia de cada um é importante na vida deles.
Em quaisquer relacionamentos que você tenha, concentre-se na ideia de fazer sempre, as reparações necessárias fortalecendo o convívio através da construção de diálogos mais significativos, esclarecedores e honestos.
Existe aquele tipo de gente que conduz a sua vida relacional de qualquer jeito, sem cuidados e sem se importar com o emocional de quem convive. Eles não se preocupam em se desculpar quando comete um erro e nem pensa em fazer as reparações necessárias. Esses só vão dar valor ao outro quando o perde, aí já será muito tarde.
Estabelecer diálogos honestos e corajosos se configura como um importante recurso que zela pelo reparo de velhas dores, dúvidas, fantasias, culpas, arrependimentos, necessidades, desejos e tudo aquilo que pode se configurar enquanto um obstáculo, um impeditivo que restringe a possibilidade de restaurar os relacionamentos e provocar um estado de alívio, confiança e bem-estar psicológico entre os envolvidos.
Na reparação, as partes envolvidas terão necessidade de enfrentar as dificuldades de comunicação; estabelecer novos acordos; esclarecer dúvidas; abandonar o convívio desrespeitoso; se aproximar mais um do outro de modo a ter um relacionamento respeitoso e afetuoso para uma vida melhor.