Seu filho já passou por bullying?
No relacionamento com os colegas, é comum acontecer atritos por quaisquer motivos. Contudo, se um aluno sofre um ataque constante da mesma pessoa ou grupo, isso configura um quadro de bullying e precisará de uma intervenção dos adultos responsáveis no ambiente escolar e familiar.
Seu filho já passou por isso? Ele foi o agredido ou o agressor? As duas partes precisam de apoio e de atenção, principalmente aquele que agride e que ataca.
O bullying se caracteriza por uma prática constante de atos de violência física e psicológica contra um determinado aluno.
É uma agressão contínua e não episódica. O bullying sempre existiu nas relações grupais e várias são as suas causas.
O ambiente escolar é um dos espaços de maior convívio e interação das crianças e dos adolescentes. No caso do bullying, o aluno agredido ficará extremamente vulnerável e exposto numa intensidade muito grande.
Isso impactará sua estrutura emocional e abalará o seu comportamento, podendo provocar crises de ansiedade e de medo.
A queda do seu rendimento escolar será um dos primeiros sinais de que algum problema está acontecendo. Instituições de ensino sem regras claras e equipe técnico-pedagógica despreparada poderão ter mais casos de bullying e colocarão seus alunos em risco.
O aluno agressor precisa saber dos limites e penalidades que a escola impõe. O agredido precisa saber a quem recorrer, caso sofra um ataque de um colega. A escola deve promover ações que estimulem o bom relacionamento e a interação entre os seus alunos, ocupando o tempo com atividades construtivas e prazerosas.
Crianças de comportamento agitado e agressivo poderão ser uma das desencadeadoras desse problema no grupo, por não saberem lidar com seu temperamento e suas oscilações emocionais.
Indivíduos muito frágeis também poderão se colocar com frequência em situações de serem atacadas ao se expor em determinadas situações perante o grupo.
O sentimento de raiva é comum em quem sofre o ataque porque ele se sente vulnerável e impotente diante da força do agressor. É preciso considerar também que aquele que comete o bullying pode estar precisando tanto de ajuda quanto o agredido.
A mudança de comportamento é o principal indicativo para os pais perceberem que algo não vai bem com os filhos. Poderão se mostrar amuados, irritadiços, impacientes e agressivos.
Ao perceber o problema do seu filho, os pais deverão se mostrar acolhedores e pacientes com o relato dele.
Não se deve depreciar nem minimizar sua dor. Não se deve também ridicularizá-lo, dizendo que deveria reagir. A melhor estratégia é o acolhimento e a disponibilidade em ajudar.
Em seguida, os pais devem procurar a escola, expor os fatos e pedir que uma providência seja tomada, impedindo que o agressor ou agressores continuem com tal comportamento.
Os pais deverão procurar também uma ajuda terapêutica especializada para entender a origem do problema e aprender formas de ajudar o filho, tanto no caso do agressor quanto do agredido.
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Cláudio Miranda é terapeuta individual e familiar, psicopedagogo clínico, pós-graduado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP