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Papo de Família

Papo de Família

Colunista

Cláudio Miranda

Os cheiros que sua casa tem

Coluna foi publicada no sábado (30)

Claudio Miranda | 02/10/2023, 10:09 10:09 h | Atualizado em 02/10/2023, 10:11

Imagem ilustrativa da imagem Os cheiros que sua casa tem
Cláudio Miranda é terapeuta individual e familiar, psicopedagogo clínico, pós-graduado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP |  Foto: Arquivo/AT

Uma das nossas memórias mais poderosas é aquela vinculada aos cheiros que você sentiu ao longo da vida, principalmente na sua infância e adolescência. Volte a sua atenção para a sua infância e relembre os odores da sua casa.

A sua memória olfativa pode dizer muito de você e das relações estabelecidas na sua infância com a sua família.

Há determinados perfumes que te fazem resgatar, do passado, lembranças e sensações boas ou ruins. Toda casa tem seus cheiros específicos, sejam agradáveis ou desagradáveis. Cada um deles te conecta a um lugar, a uma pessoa e a um sentimento.

Esses cheiros nos remetem a situações de carinho, proteção, amparo, presença e pertencimento. Nossas relações de cuidados estão diretamente ligadas às nossas memórias e experiências olfativas.

E esses sentimentos atuam fortemente na estruturação da personalidade e na autoconfiança da criança e do adolescente.

Um indivíduo adulto seguro de si e estabilizado emocionalmente, certamente teve vivências olfativas muito positivas na sua formação.

Mesmo em situações de crise interior, ele encontra nessas lembranças a força necessária para caminhar e superar seus desafios.

Por outro lado, tem casa que é inodora, outras têm cheiro de mofo e de descuido.

Há aquelas em que o odor de coisas guardadas e o mau cheiro impregnam o ambiente comprometendo sua energia. Isso pode causar um desequilíbrio e contribuir para uma desestruturação no comportamento e psiquismo das pessoas que moram ali.

Você passa em uma rua e sente um cheirinho gostoso de café e vem à sua mente uma lembrança da sua infância com sua mãe ou avó. A memória pode ser tão boa que faz com que você até se sinta com vontade de parar em algum lugar e tomar um “café com memórias”.

Uma casa viva e dinâmica tem cheiro de comida sendo preparada. O cheiro intenso de alho sendo refogado, o bife com cebola fritando na frigideira, e os temperos cortados na pia exalando um aroma de família, de união e de cuidado. Tudo isso nos conecta à nossa vida afetiva e às emoções que experimentamos em cada situação.

Se você tem um filho acostumado a dormir no seu quarto, forre a cama dele com um lençol e fronha usados anteriormente por você.

O “cheiro de mãe” impregnado no lençol tranquiliza e acalma o filho dando uma sensação de proteção e de presença, fazendo-a adormecer mais tranquilamente. É quase uma mágica.

Uma vez uma paciente me disse que por volta dos 17 anos foi morar em outro país por um tempo com o pai. Ela levou consigo um perfume da mãe, para se lembrar dela passando um pouco daquele perfume debaixo do nariz.

Valorize os cheiros e os significados que eles têm pra você. Procure ressignificar aqueles que te remetem a pensamentos mais negativos e desagradáveis.

Os aromas de uma casa podem dizer muito sobre as pessoas que moram ali. Há cheiros que irritam, desestruturam as pessoas, suscitam raiva e agressividade.

E há odores que acalmam e tranquilizam, pacificam e nos confortam interiormente. Mudar os cheiros do seu ambiente pode transformar memórias difíceis em fontes de força interior para uma vida melhor e mais perfumada.

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