Três strikes

Alex Machado Campos, diretor que tem representado a Anvisa no imbróglio da partida entre Brasil e Argentina ontem, diz ao Painel que a AFA (Associação do Futebol Argentino) descumpriu reiterados avisos e determinações das autoridades brasileiras antes da interrupção da partida em São Paulo.

Ele conta ao menos três alertas anteriores de que os quatro atletas que haviam passado recentemente pelo Reino Unido deveriam ficar em quarentena e não poderiam entrar em campo.

Ouvidos...
“Não era para ter sido interrompido. Mas foi infringência atrás de infringência. Pedimos que não saíssem do hotel, que fizessem quarentena, e por fim levaram (os quatro jogadores) a campo. Ou a gente tem regra no Brasil ou a gente não tem”, diz Campos.

...Moucos
O diretor diz que a AFA foi avisada no sábado de que os atletas não poderiam treinar, e eles treinaram mesmo assim na sequência. Ontem, a Anvisa enviou a Polícia Federal ao hotel da delegação argentina, que entrou no ônibus e partiu para o estádio.

Limite
Na Neo Química Arena, diz Campos, a AFA não deixou agentes da PF e da Anvisa se aproximarem dos vestiários. “Nossa atuação não tinha nada a ver com o jogo. Eles enfrentaram a Anvisa para levar os caras para dentro de campo. O escárnio final foi entrarem no gramado”, conclui.

Nomes
A CPI da Covid vai incorporar a confusão da partida entre Brasil e Argentina às suas investigações. Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a comissão está preparando requerimento para que a CBF aponte a autoridade do governo Jair Bolsonaro que teria autorizado que o jogo acontecesse com os quatro jogadores argentinos, contra as recomendações da Anvisa.

Escolha
“Sob pena, se a CBF não responder ou prestar essas informações, de convocar os representantes da CBF, o que não queremos”, diz o senador.

Comigo...
Afastado da presidência da CBF após denúncia de assédio moral e sexual, Rogério Caboclo disse que a interrupção do jogo foi “uma demonstração do desgoverno que tomou conta da CBF” após seu “injusto afastamento.”

...Não
“O caso de hoje (ontem) deveria ter sido resolvido pela CBF antes do início da partida, evitando a interrupção, que prejudica todos os envolvidos, as delegações, os patrocinadores e, sobretudo, o torcedor, envergonhando o País”, afirmou.

Pegadinha...
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu a criação de uma versão brasileira do Project Veritas, que busca expor o que chamam de “parcialidade” de jornalistas americanos por meio de artifícios como câmeras escondidas.

...do Bolsonaro
“Não seria nada mal ter aqui. Imagina o que não rola nos corredores da Globolixo”, disse, durante a conferência conservadora Cpac, em Brasília.

Tipo exportação
Segundo o deputado, era só “dar uma câmera escondida para uma tia do zap”. O evento teve como palestrantes dois integrantes do projeto nos EUA.

Metamorfose
Citado como um ministro de perfil técnico, Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) acenou à base conservadora na Cpac. Em seu discurso, fez diversas menções religiosas, e afirmou que antes de cada leilão de concessão de estradas, ferrovias ou aeroportos promove uma roda de orações com sua equipe. Ele é mencionado como um possível candidato no ano que vem.

Liberou
O Cpac teve detectores de metal, mas não de temperatura, como manda decreto do Distrito Federal. Máscaras e álcool em gel também eram escassos. Por outro lado, a redução da capacidade do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, foi respeitada, com lotação de 50%.

Blitz I
A força-tarefa do governo de São Paulo para investigar irregularidades na imunização contra a Covid-19 já recebeu 64 denúncias, sendo 22 de “revacinação”, ou seja, pessoas que tomaram mais doses do que o permitido. Já foram instaurados 8 procedimentos.

Blitz II
Coordenador do grupo, o secretário da Justiça e Cidadania, Fernando José da Costa, diz que a ideia é defender vidas. “O fura-fila é um desrespeito à vida do próximo. Estamos investigando todos os casos de vacinação irregular e puniremos os infratores”, diz.

Tiroteio
“Papelão de quatro argentinos que falsificaram informações. Deporta!”
De Carlos Portinho (PL-RJ), senador, sobre a AFA não ter colocado em formulários que atletas da seleção haviam passado pelo Reino Unido.