Toque de recolher
Coluna foi publicada no domingo (04)
O governo Lula está confiante de que o aniversário de 60 anos do golpe de 1964, em 31 de março, ocorrerá da mesma forma como no ano passado nos quartéis: em completo silêncio. A tensão neste ano é maior, pelo fato de a efeméride ser um número redondo. Isso pode despertar mais entusiasmo entre saudosistas da ditadura, numerosos entre militares bolsonaristas. O recado dado em 2023 pelo ministro da Defesa, José Múcio, de não haver evento em instalações militares, segue valendo.
Ponto fora da curva
Um dado sempre lembrado por auxiliares de Múcio é que eventos marcando o 31 de março nunca foram uma tradição na caserna, ao menos no período democrático. Quem instituiu essa praxe foi o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ou seja, a orientação atual é apenas um retorno à normalidade.
Chega…
O ministro Celso Sabino (Turismo) estabeleceu como meta atrair 10 milhões de turistas estrangeiros por ano até 2027, acima dos 8,6 milhões propostos por técnicos da pasta e da Embratur. No ano passado, foram 5,9 milhões de visitantes, maior número desde 2019.
…mais
O ministério do Turismo e a Secom (Secretaria de Comunicação) finalizam os últimos detalhes para o lançamento de uma grande campanha internacional nas redes sociais e na imprensa para mostrar o reconhecimento do Brasil como um país seguro para se fazer viagem.
Meio-termo
O nome da secretária do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, passou a ser citado no governo como uma possibilidade para presidir a COP30. Nesse caso, Lula optaria por um nome técnico, em vez de dar destaque para políticos como os ministros Fernando Haddad (Fazenda), coordenador da agenda econômica verde, ou Marina Silva (Meio Ambiente). A vantagem seria evitar ciumeira no alto escalão.
Rouba monte
Guilherme Boulos (Psol) deve explorar com frequência em sua campanha as diferenças entre Bruno Covas (PSDB), morto em 2021, e seu sucessor, Ricardo Nunes (MDB), como fez no ato de filiação de Marta Suplicy ao PT. Ao exaltar o tucano como “democrata” em contraste com o “bolsonarista” Nunes, quer tirar do prefeito o eleitorado de centro-esquerda da cidade.
Presentão
No mesmo ato, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, exaltou a marca da ex-prefeita como “dona Marta do PT”. O apelido era usado de forma pejorativa pelo ex-prefeito Paulo Maluf, mas acabou sendo adotado por ela com orgulho.
Galeria
Tabata Amaral (PSB) tem feito encontros com ex-prefeitos de São Paulo para formatar sua pré-candidatura à prefeitura da capital. Já se reuniu com Luiza Erundina (Psol), Marta Suplicy (PT), Gilberto Kassab (PSD), Fernando Haddad (PT) e João Doria (PSDB). Ainda pretende conversar com José Serra (PSDB). O único a ser ignorado é Paulo Maluf (PP).
Reforço
Ex-prefeito de Salvador (BA), ACM Neto, está ajudando Kim Kataguiri (União) a elaborar seu plano de governo para a Prefeitura de São Paulo. A colaboração, em áreas como urbanismo e educação, ocorre em meio às dúvidas sobre a candidatura dele, já que a ala ligada ao presidente da Câmara, Milton Leite, defende apoio a Nunes.
Rua
Vereadores da base de Nunes querem que ele antecipe de abril para fevereiro a saída de secretários que disputarão vaga na Câmara. O argumento é que a atuação deles está sendo contaminada pela pretensão eleitoral. Estão na lista Aline Torres (Cultura), Carlos Bezerra (Assistência), Elza Paulina (Segurança) e Cesar Azevedo (SP Urbanismo).