Tons de vermelho

Azedou de vez o clima entre PT e Psol em São Paulo. O estopim da tensão foi a declaração dada ao Painel no último sábado por Luiz Marinho, presidente do PT no estado, de que o vice de Fernando Haddad não pode ser psolista, pois isso restringiria o alcance da candidatura, que precisaria acenar ao centro. 

Mas também causa incômodo a defesa feita por petistas de Marina Silva como companheira de chapa de Haddad. O partido dela, a Rede, é sócio-minoritário na federação com o Psol.

Alerta 

 Não há possibilidade de o Psol desembarcar da candidatura de Lula (PT), mas dirigentes do partido dizem que o apoio a Haddad passou a correr algum risco. Afirmam que a “falta de respeito” do PT favorece correntes psolistas que defendem candidatura própria.

Sinal 

A própria Marina Silva não se mostra inclinada a aceitar a vaga de vice, e tende a concorrer a deputada federal. No próximo sábado, ela estará presente a ato da Rede de apoio a Haddad, diferente do evento com Lula, em que se ausentou.

Afago 

Para estancar a crise, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, entrou em campo. “Entendo que a gente tem espaço para o Psol, é importante estarmos juntos”, afirmou.

Trunfos 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) falará sobre Auxílio Brasil e o Pix, duas criações de seu governo, nas próximas inserções partidárias de TV que vão ao ar este mês. Os temas foram abordados em conversa de Bolsonaro com jovens na semana passada, gravada numa capela de Brasília.

Antenado 

Crescer nas pesquisas entre os beneficiários do Auxílio Brasil é prioridade da campanha. Há o diagnóstico de que parte desse eleitorado ainda associa o programa ao Bolsa Família, criado na gestão petista. Ao falar do Pix, o objetivo é mostrar um governo moderno e tecnológico.

RH 

Amigo e assessor de Bolsonaro durante décadas, Waldir Ferraz teve sua nomeação para um cargo de confiança no governo do Rio anulada ontem. O ato ocorreu após o Painel ter mostrado que Ferraz, embora ocupasse o cargo desde 26 de maio, já fazia atividades como pré-candidato a deputado federal pelo PL.

Ausente 

O ex-assessor declarou que não sabia o motivo de ter sido indicado para o cargo e que não queria ocupá-lo. Por isso, não aparecia para trabalhar na Superintendência de Promoção Institucional da secretaria, com salário bruto de R$ 9.000.

Ferradura 

Apoiador de Bolsonaro, o podcaster Monark receberá Rui Pimenta, presidente do PCO, de esquerda radical, em seu programa de entrevistas, amanhã. Ambos reclamam de serem alvos de censura.

Gol contra 

O engajamento explícito na tentativa de reverter a cassação de Fernando Francischini (União-PR) pode ter sido um tiro no pé por parte de Jair Bolsonaro e seus aliados. Na visão de um ministro de Corte superior, a decisão do STF estabeleceu forte jurisprudência contra a divulgação de notícias falsas que ataquem a urna eletrônica. Novas investidas deverão ter punição equivalente.

Ops 

Antes, o assunto estava em aberto no STF e poderia haver algum debate sobre a pena aplicada. A avaliação é de que agora a Corte reforçou o entendimento do TSE e se pronunciou em caráter definitivo para a campanha deste ano.

Deixa comigo 

O secretário de Fazenda do estado de São Paulo, Felipe Salto, propõe que o governo federal repasse aos governadores recursos dos dividendos pagos pela Petrobras à União, para que os estados criem um subsídio aos combustíveis.

No peito 

“Uma política econômica civilizada recomendaria fazer um subsídio. Não quer fazer? Manda o dinheiro para os estados que eles fazem”, diz Salto. Ele afirma que essa alternativa é mais racional do que a proposta de Bolsonaro de compensar os estados por isenção do ICMS sobre gás e diesel .

Crise de identidade 

O Observatório Social da Petrobras, ligado a sindicatos e que monitora ações da empresa, foi intimado pela Justiça a parar de utilizar o nome da estatal em seu site e redes sociais. Até o julgamento dos recursos, passará a se chamar Observatório Social do Petróleo. A estatal afirma que o nome antigo viola seu direito de marca.

É o amor 

O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) protocolou requerimento na Comissão de Cultura da Câmara para que seja realizada audiência pública a respeito das formas de financiamento público de atividades artísticas no Brasil. A ideia é dar especial atenção ao caso das contratações de músicos sertanejos por prefeituras.