Olho torto
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (15)
A decisão do governo Lula de criar uma autoridade pública federal para centralizar as ações no Rio Grande do Sul foi vista com desconfiança dentro do PSDB e entre aliados do governador do Rio Grande do Sul, o tucano Eduardo Leite. A avaliação é que a relação entre as esferas nacional e estadual tem sido produtiva, embora os partidos de Lula e Leite sejam adversários. Na avaliação de tucanos, indicar um czar federal, a depender de quem for, poderá criar ruídos desnecessários e disputas por protagonismo.
Anabolizante
O papel do articulador federal deverá ser especialmente relevante quando passar a fase aguda de resgate e salvamento e começar a de reconstrução, com grande injeção de recursos no estado. Petistas já fazem projeções de que as obras no Rio Grande do Sul devem ajudar a levantar o Produto Interno Bruto (PIB) local e o do país na segunda metade do ano.
Palanque
Dois dos possíveis nomes para o cargo têm perfil marcadamente político: o ministro da Secom, Paulo Pimenta, e o presidente da Conab, Edegar Pretto -ambos gaúchos e potenciais candidatos ao governo estadual em 2026.
Força-tarefa
O Ministério da Justiça contabiliza 1.100 agentes deslocados ao Rio Grande do Sul para ajudar a preservar a segurança no estado. A conta inclui Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança e Força Penal Nacional. Além de ajudar na manutenção da ordem, os efetivos também se dedicam a salvamentos. Até ontem, foram contabilizados cerca de 6.000 resgates, de pessoas e animais.
Coro
Coordenador da bancada gaúcha no Congresso, o deputado Marcon (PT) afirma que a proposta do governo Lula de suspender a dívida do RS com a União e zerar a taxa de juros por três anos “é um começo”, mas que somente a anistia será suficiente para a reconstrução do estado. O diagnóstico do parlamentar petista coincide com o do governador Eduardo Leite (PSDB), que defendeu o perdão.
Esforço concentrado
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) quer acelerar até sexta-feira a emissão de documentos civis a detentos de unidades prisionais do país, em ação que se insere na segunda edição da Semana Nacional do Registro Civil ? Registre-se!. Até agora, foram emitidas 5.076 certidões, sendo 4.689 de nascimento e 378 de casamento.
Aterrissagem
O número de turistas estrangeiros no país chegou a 2,92 milhões de janeiro a abril, crescimento de 7,4% em relação ao mesmo período de 2023, segundo dados de Embratur, Ministério do Turismo e Polícia Federal. Foi o terceiro melhor resultado para os quatro primeiros meses do ano da história do país, atrás de 2018 (3,1 milhões) e 2017 (2,99 milhões).
Nem aí
O governo de Minas Gerais diz que a gestão Lula não se empenha nas negociações para a indenização do desastre de Mariana e prioriza a briga com a Vale, responsável pela tragédia, ocorrida em 2015. “Há uma falta de sensibilização. Talvez porque hoje não tem gente chorando na região afetada”, diz o vice-governador, Professor Mateus (Novo).
Bola de cristal
Segundo ele, o tempo decorrido esfriou o senso de urgência do governo Lula. “Mariana é um desastre do Rio Grande do Sul com nove anos de idade. Por isso que eu digo para o Eduardo Leite [governador gaúcho]: consiga agora os recursos que você precisa, porque depois vão esquecer”, afirma.
Ressaca
A divergência com o governo federal tem o valor da indenização como pano de fundo. Em abril, a Vale apresentou proposta de R$ 90 bilhões. Já a União fala em pouco mais de R$ 100 bilhões. “Estamos a 10% de um acordo, mas o governo parece que não quer mais negociar. Nessa briga com a Vale, a gente é o marisco que fica entre o rochedo e o mar”, afirma Simões.
Playground
Prefeito interino de São Paulo com a viagem de Ricardo Nunes para o Vaticano, o vereador Atílio Francisco (Republicanos) tem uma série de projetos que criam novas datas e eventos para o calendário municipal. Entre eles, os dias de pular corda, do MMA e do esclarecimento sobre os malefícios do trote telefônico. Ele fica no cargo até a próxima sexta-feira.
Verdão
Hoje, Nunes participa de um seminário sobre meio ambiente organizado pelo Vaticano. Com o título “Da crise climática à resiliência climática”, terá a presença de cerca de 20 chefes executivos de cidades pelo mundo. O emedebista falará sobre decreto de desapropriação de 11% do território da cidade para transformação em área de proteção ambiental, região do tamanho de Paris.