O céu é o limite
Coluna foi publicada nesta sexta-feira (23)
Estrategistas de Pablo Marçal (PRTB) acreditam que ele aparecerá em primeiro lugar nas próximas pesquisas, o que intensificará a migração dos eleitores bolsonaristas da candidatura de Ricardo Nunes (MDB) para a do ex-coach.
Pela primeira vez, avaliam, o comando de Jair Bolsonaro (PL) não está sendo seguido por seus eleitores. A expectativa é que em algum momento o próprio ex-presidente mude de lado. Até por isso, a ordem é não polemizar com ele e responder com serenidade a eventuais críticas.
Muito prazer
Outro dado que traz otimismo aos marçalistas é o fato de sua taxa de conhecimento ainda ser relativamente baixa, segundo o Datafolha, de apenas 67%. Em comparação, a de Nunes está em 85%, a de Guilherme Boulos (Psol) é de 84% e a de José Luiz Datena (PSDB), de 98%. Mesmo que maior conhecimento também aumente a rejeição, a avaliação é que isso abre uma avenida para subir mais nas pesquisas.
Persona non grata
Organizador do ato de 7 de Setembro na Paulista contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, o pastor Silas Malafaia afirma que a manifestação “não é lugar” para Marçal. “Ele tentou jogar uma cortina de fumaça em cima das denúncias [reveladas pela Folha]. Tem que arrumar um palanque de quem defende o Alexandre Moraes”.
Luz alta
O boom de Marçal acendeu o sinal de alerta em aliados do governador Tarcísio de Freitas. A leitura é a de que o ex-coach assumiria a prefeitura com a disputa pelo governo de SP ou pela Presidência em 2026 já no horizonte. Dessa forma, Tarcísio teria de lidar por pelo menos dois anos com um possível concorrente na administração municipal.
Sinais
A aprovação da gestão Nunes, com 25% de ótimo/bom, é parecida com a de Marta Suplicy (PT) nesta mesma altura do seu mandato, em 2004, quanto tinha 22%. Na época, a petista não conseguiu se eleger. O atual prefeito, em compensação, tem 25% de ruim/péssimo, contra 38% da ex-prefeita há 20 anos.
Vem cá
Nunes marca 44% na parcela da população que considera seu governo ótimo ou bom, enquanto Marçal tem 17% neste segmento. Atrair os eleitores do ex-coach que aprovam a gestão municipal deve ser uma das prioridades do prefeito para tentar reagir nas próximas pesquisas.
Primeira fila
A campanha de Boulos, por enquanto, vai assistir de camarote à disputa entre Nunes e Marçal. “Os dois são candidatos do Bolsonaro, o Boulos é o único candidato da mudança”, diz Rui Falcão, coordenador da campanha. A subida na intenção de voto espontânea, de 14% para 17%, foi vista como sinal de consolidação do voto do psolista.
Veja...
Candidato à presidência da Câmara, o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) avalia que a tarefa de promulgar a PEC da Anistia renderá dividendos junto à Casa, apesar do desgaste junto à opinião pública. A emenda reduz financiamento de cotas de gênero e raça e perdoa partidos que não cumpriram a medida.
...pelo lado bom
Vice-presidente do Congresso, ele promulgou a emenda na ausência do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tinha de comparecer à posse do novo presidente do STJ, Herman Benjamin. A aliados, Pereira disse que a missão mostra que ele está disposto a assumir o ônus de assuntos espinhosos que interessam aos partidos e parlamentares.
Night and day
Em viagem às Filipinas, o chanceler Mauro Vieira começou a articular ainda na madrugada local junto a seu par colombiano, Luis Murillo, uma reação à decisão do Supremo venezuelano de não divulgar atas da suposta vitória de Nicolás Maduro. Os países vêm cobrando transparência. Uma conversa entre os presidentes Lula e Gustavo Petro pode ocorrer nesta sexta (23).
Guerra fria
Relatora no Senado do projeto que trata do mercado de crédito de carbono, a senadora Leila Barros (PDT-DF) ainda não marcou reunião com o deputado Aliel Machado (PV-PR) para discutir quais pontos do texto aprovado na Câmara serão incorporados na proposta. Uma reunião que ocorreria na semana passada acabou não acontecendo. O projeto é alvo de disputa entre as duas Casas.
Nada feito
O STJ negou pedido da Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais (ANMP) para reduzir para 30% o percentual de profissionais ativos a ser observado pela categoria durante a greve do INSS. Hoje, o patamar varia entre 70% e 85%, dependendo do estado. O relator, Mauro Campbell, justificou que o próprio STJ já havia acatado pedido da União para fixar os percentuais.