Nos vemos no tribunal

Dirigentes do PSDB já projetam um cenário em que a briga pela candidatura presidencial será judicializada. Apoiadores de João Doria citam o artigo 152 do estatuto do partido, que diz que “os candidatos vencedores em eleições prévias terão seus nomes homologados nas convenções convocadas para esse fim”.

Ou seja, por essa leitura, o plano dos defensores de Eduardo Leite de reverter o resultado da prévia na convenção que formaliza a candidatura não teria respaldo jurídico.

Calma

Novo coordenador da campanha de Doria, Marco Vinholi diz que o estatuto é claro, mas que não vê a judicialização como algo inevitável. “Não acho que chegará a isso. O mais importante é o respeito a uma vontade do partido expressa nas prévias”, diz.

Trégua

Doria e Bruno Araújo, presidente do PSDB, conversaram por telefone ontem, em contato intermediado pelo deputado Carlos Sampaio (SP). Foi o primeiro diálogo desde que o ex-governador destituiu Araújo do comando de sua campanha, na sexta (15). Acertaram baixar o volume dos atritos.

Agenda cheia

Enquanto isso, Eduardo Leite segue se movimentando para tentar viabilizar-se como alternativa. Hoje, o gaúcho tomará café com o ex-presidente Michel Temer (MDB) em São Paulo. Mais tarde, encontra Raquel Lyra, pré-candidata tucana ao Governo de Pernambuco.

Azedo

O clima entre Franklin Martins, coordenador de redes sociais na pré-campanha de Lula (PT), e o secretário de Comunicação do partido, Jilmar Tatto, desandou de vez. Os dois pararam até de se cumprimentar.

Ruptura

A CSB, uma das maiores centrais sindicais do País, decidiu não participar do ato unificado de 1º de Maio. Comandada por Antonio Neto, presidente do PDT-SP, a CSB fará ato próprio em Itatiba.

Café

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, convidou Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, para um encontro no Instituto Lula, hoje. A ideia é colocar panos quentes na crise gerada por vaias a Paulinho em evento na quinta (14), que deu origem a debate sobre possível saída do Solidariedade do bloco pró-Lula.

Não…

Guilherme Boulos (Psol), pré-candidato a deputado federal, ingressará com ação na Justiça Federal de São Paulo para anular os contratos da Engefort com a estatal Codevasf.

…valeu

A Folha revelou que a empreiteira, que tem vencido a maioria das concorrências de pavimentação do governo federal, usa empresa de fachada e explodiu em verbas na atual gestão.

Apagão 1

Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nésio Fernandes alerta para a possibilidade de falta de médicos e assistência em hospitais com o fim da emergência em razão da pandemia, que deve ser decretado pelo governo federal.

Apagão 2

Segundo Nésio, secretário no ES, ainda há nos estados e municípios profissionais contratados com base no decreto de emergência em função da covid-19. Para haver a substituição respeitando os trâmites legais, o prazo de 30 dias estipulado para a transição é insuficiente.

Alerta

Para o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), decretar o fim da emergência sanitária neste momento é uma “loteria”, pelo risco de surgirem novas cepas da doença. “Pode estar surgindo uma nova cepa nesse segundo em São Paulo, pode ser no Vietnã, na África. Você não pode relaxar”, diz.

Toga 1

Dois anos após uma crise entre os Poderes Executivo e Judiciário, a cerimônia do Dia do Exército, hoje, terá a condecoração de magistrados. Em 2020, Jair Bolsonaro (PL) fez um discurso em frente ao QG do Exército com ataques a instituições.

Toga 2

Desta vez, receberão a Ordem do Mérito Militar o desembargador do TRF-4 Leandro Paulsen, que participou da turma que revisava as sentenças da Lava Jato, e o desembargador do TRF-2 William Douglas, que tem apoio entre evangélicos. Estará presente o presidente do STF, Luiz Fux.

Recuso 1

O grupo liberal Livres quer aproveitar o Dia do Exército para intensificar a campanha contra a obrigatoriedade do alistamento militar. A entidade diz já ter auxiliado cerca de 800 jovens a obter dispensa por objeção de consciência, um direito previsto na Constituição. A meta agora é chegar a 2.000 casos.

Recuso 2

O Livres, que reúne políticos de diversos partidos, diz não concordar com o serviço obrigatório por uma questão de princípios. “Somos contra a imposição pelo Estado de algo que deveria ser da esfera individual”, diz Magno Karl, diretor do grupo. Segundo ele, é preciso tornar o serviço voluntário e regulamentar formas de alistamento civil.