Modo de usar
Movimentos de direita contabilizavam caravanas de ônibus de 108 cidades para o ato de 7 de setembro na Paulista até a noite de ontem, incluindo de estados distantes como Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. O número deve aumentar ao longo da semana.
Em redes bolsonaristas, circulam “manuais de conduta” para os ativistas, especialmente os que virão de fora. Entre as dicas, está escrever a data em faixas e camisetas, para provar que as imagens são do dia, e não de eventos anteriores.
Etiqueta
Um destes “guias” diz que o ato será seguro porque a “a Polícia Militar paulista promete estar em peso na avenida, não apenas trabalhando”. Se houver provocação, “a regra é sentar e apontar o dedo na fuça do meliante”.
Figurino
Também recomenda-se usar camisa verde/amarela ou “com figura opressora” (como estampa de alguém armado) e jamais trajar vermelho. Pede-se ainda evitar caminhar por Largo da Batata e Anhangabaú, tradicionais redutos da esquerda.
Estampa
Entre as faixas sugeridas pelos grupos estão: “Chega de ativismo político no STF”, “Queremos o fim da ditadura da toga” e “Sem voto impresso não podemos confiar”.
Nomes
O Ministério Público do Distrito Federal questionou o comando da Polícia Militar local para saber quem afirmou que policiais poderão participar das manifestações de 7 de setembro desde que não envolvam o nome da corporação.
Quem disse?
O pedido de informações foi encaminhado pelo promotor Flávio Milhomem após reportagem do site Congresso em Foco reproduzir nota da Polícia Militar do Distrito Federal indicando que não punirá oficiais da ativa que participem dos atos.
Veja bem
No convite que enviou a empresários e líderes sindicais para que assinassem o manifesto pela harmonia entre as instituições, Paulo Skaf (Fiesp) disse que a mensagem não se dirigia “a nenhum Poder especificamente, mas a todos simultaneamente”. A ressalva não foi suficiente para evitar reação do Planalto.
Light
Já as centrais sindicais acharam a versão de Skaf aguada demais e decidiram por seu próprio texto. Subscrito por CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, Conlutas, Pública e Intersindical, diz que o Brasil atravessa um dos momentos mais difíceis da história e que o presidente da República alimenta o caos político e o utiliza para atacar direitos trabalhistas.
Delay
O Comitê Olímpico Internacional (COI) ainda não enviou ao governo federal as doses de vacinas para reposição das utilizadas em atletas e membros das delegações brasileiras das Olimpíadas e Paralimpíadas. O combinado foi dar duas doses ao Plano Nacional de Imunização (PNI) para cada vacinado.
Bloqueio
Dificuldades no trâmite do Ministério da Saúde quanto à documentação necessária retardaram a chegada. A situação evoluiu na última semana, quando foram feitos alguns ajustes na fatura de importação. O Brasil vai receber doses da Pfizer e da Coronavac. Procurado pelo Painel, o ministério não respondeu.
Aniversário
Em livro a ser lançado hoje, para marcar os cinco anos do impeachment de Dilma Rousseff, o PT faz uma dura critica à agenda de reformas econômicas no Congresso, atacando em especial a ênfase na questão fiscal.
Vira o disco
“O enredo da tragédia golpista na condução da política macroeconômica mais parece um samba de uma nota só: ajuste e reformas”, diz um trecho. A obra, chamada “Brasil: 5 anos de golpe e destruição”, é da Fundação Perseu Abramo, ligada ao partido.
Tropeço
O secretário estadual de Cultura de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, disse que havia recebido uma “carta de alforria temporária” do governador João Doria (PSDB) para representá-lo na posse da nova secretária de Cultura da capital, Aline Torres, que é negra. A fala criou constrangimento em pessoas presentes, que trocaram olhares de reprovação.
Sem intenção
Ao Painel Leitão negou mal-estar, pois todos teriam entendido o contexto do comentário. “De qualquer forma, se alguém se sentiu ofendido, peço desculpas”.
Tiroteio
“Bolsonaro está com a cabeça nos anos 1960, da floresta como empecilho para o desenvolvimento econômico”
De Camilo Capiberibe (PSB-AP), deputado, sobre a política de Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro às vésperas da COP-26.