Instrumento
O ministro da Justiça, Anderson Torres, envolveu peritos da Polícia Federal na tentativa frustrada de Jair Bolsonaro de achar provas contra as urnas eletrônicas. Torres levou dois técnicos para uma reunião no Palácio do Planalto seis dias antes da live sobre o tema, agora alvo de investigação do STF e do TSE.
Os peritos foram apresentados ao conjunto de teses de internet que o Presidente usaria na transmissão e disseram não ser possível fazer juízo de valor sem análise oficial.
Arsenal
Entres os itens mostrados na live estavam as supostas urnas viciadas que favoreciam o registro do número 13, o caso sobre configuração do software do TSE para seguir um padrão de votação e suposta fraude em 2018 para evitar a vitória de Bolsonaro no primeiro turno.
UE
Os peritos que foram ao Planalto participaram dos testes de segurança das urnas nos últimos anos. Eles defendem em relatórios a adoção do voto impresso como forma adicional de auditoria, mas não falam em fraude. Mesmo após o encontro, Torres foi à live e apresentou os dados técnicos para, como ele disse, “corroborar” com as ideias de Bolsonaro.
Chamado
A Polícia Federal afirma que o ministério da Justiça pediu a presença dos peritos à reunião no Planalto com “técnicos e assessores” para “acompanhar uma denúncia de possível fraude” nas urnas.
Vamos falando
Ao final do encontro, a posição dos peritos foi de que, para se ter um parecer conclusivo adequado, “o material apresentado na reunião deveria ser remetido oficialmente à Polícia Federal para análise mais aprofundada”, diz a corporação em nota. O ministério não se manifestou.
Derruba
O presidente do DEM, ACM Neto, diz que a bancada do partido na Câmara Federal será orientada a votar contra a PEC do voto impresso. O DEM tem 27 deputados.
Perigo
“Neste momento a matéria traz muito mais insegurança ao sistema eleitoral, e eu diria que até risco à democracia, do que qualquer outra coisa”, afirma ao Painel.
Limite
Nereu Crispim (PSL-RS) diz que votará contra a PEC do voto impresso após ter sido ameaçado por bolsonaristas nas redes sociais.
Troco
O deputado mostrou as mensagens ao Painel e disse que esse tipo de intimidação não faz parte da democracia e, por isso, será contra a PEC.
Mirrado
Para o ex-ministro da Defesa Raul Jungmann, a realização hoje de um desfile de blindados em frente ao Palácio do Planalto é um teatro promovido por Jair Bolsonaro na tentativa de demonstrar força, revelando na verdade a sua fragilidade. O evento coincide com a data de possível votação da PEC do voto impresso.
Esperneio
Para Jungmann, o desfile terá repercussão internacional desastrosa e vai ampliar a derrota da PEC do voto impresso na Câmara. “É uma manifestação não de força, mas de fraqueza, de jus sperniandi, que quer criar a falsa impressão de que ele tem força para o que não tem, que é tirar o Brasil dos trilhos democráticos”, afirma o ex-ministro.
Barreira
Parlamentares de oposição ao governo farão manifestação em defesa do Congresso Nacional também hoje, contra o desfile militar organizado pelo Ministério da Defesa, que veem como tentativa de intimidação do Legislativo. Eles se colocarão em frente ao Congresso no período da manhã, para simbolizar a defesa da Casa e da democracia.
Segura
A Câmara dos Deputados postergou a votação do novo código eleitoral até que os deputados votem se vão aprovar o distritão. Em reunião ontem com líderes, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), definiu o voto impresso, distritão, a reforma tributária e a cassação da deputada Flordelis (PSD-RJ) como as principais pautas da semana.
Troca
Margarete Coelho (PP-PI), relatora do novo código eleitoral, disse ao Painel que serão necessárias alterações em seu texto caso o distritão avance. “Se mudar o sistema e passar a ser distritão muda toda forma de registro de candidatura e registro de chapa, aí vou precisar ajustar o código”, disse a deputada federal.
Tiroteio
“Aqui não é quartel-general do Bolsonaro nem das Forças Armadas. Aqui é o quartel-general da democracia”
De José Guimarães (CE), deputado e vice-presidente do PT, sobre o protesto da oposição em reação ao desfile militar no Palácio do Planalto.