Gota d'água
Criador do Zé Gotinha, o artista plástico Darlan Rosa, 74, classificou a versão da personagem com uma arma nas mãos divulgada pelos filhos de Jair Bolsonaro como “imagem terrível” e contrária aos propósitos idealizados por ele. Rosa foi contratado pelo Unicef (braço da ONU para a infância) em 1986 para desenhar um símbolo para a campanha de erradicação da pólio. “É tudo o que eu não penso. Ele foi concebido como personagem educativo. Não há nada de educativo numa arma”.

Exemplo
Rosa diz que o Zé Gotinha surgiu em uma época em que o Brasil usava o terror como método de campanha, o que não vinha funcionando. “Era o vacine ou morra. E eu propus a quebra desse paradigma. Não se educa pela violência e pela imposição. A educação é pelo exemplo. E esse aí com a arma é péssimo”.
Memória
A revolta contra o deputado Eduardo (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) nas redes sociais se deve à relação afetiva construída com Zé Gotinha por três gerações de vacinados, acredita Rosa. “Fiquei comovido. É uma gota da paz. E é dos brasileiros, todos podem usá-lo, desde que dentro do tema criado”.
Rabiscos
“Criei um projeto simples de propósito e compartilhado, então mesmo quando ele é mal desenhado ele tem sua força. Prefiro ver a forma dele não correspondendo ao que eu fiz do que com apologia a armas”, diz Rosa.
FALSO
O artista plástico afirma que os direitos patrimoniais do Zé Gotinha são do Ministério da Saúde e os morais, dele. Mas que não acionará a Justiça contra a deturpação. “É a mesma coisa de querer acabar com fake news. O primordial é esclarecer que o Zé Gotinha foi criado para educar. Só a informação e a ciência podem nos ajudar”.
Derruba
A AGU (Advocacia-Geral da União) apresentou na quinta-feira um recurso à Presidência do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) contra a decisão judicial que autorizou a importação de vacinas contra a Covid-19 pela Anamages (Associação Nacional dos Magistrados Estaduais).
Poucos
A AGU afirma no documento que a eventual negociação coloca interesses particulares dos propensos compradores em “detrimento do interesse público e da comunidade nacional” e viola o princípio da isonomia ao facilitar a compra pela esfera privada.
Ao ataque
Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) compartilhou vídeo ontem em que compara governadores a nazistas. O senador mostra cena em que guardas nazistas dizem a judeus que eles não exercem trabalhos essenciais e atiram na cabeça de um deles.
Restrições
A classificação de atividades essenciais atualmente tem sido usada pelos estados para definição de quem pode continuar com as portas abertas e quem deve fechar temporariamente.
Falso
Já a PM de São Paulo classificou como fake news uma publicação do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) que relacionou uma foto de 2016 de um policial retirando a caixa de isopor com produtos de uma vendedora ao combate à pandemia de Covid-19 pelos governadores.
Errou
O filho do Presidente publicou foto com a mensagem “'medidas' que governadores e prefeitos estão tomando”, acompanhada de foto de ação policial. A publicação recebeu mais de 70 mil curtidas.
Tô fora
Ao menos 12 policiais rodoviários federais anunciaram às suas chefias seus desligamentos do GPT (Grupo de Patrulhamento Tático), equipe de elite da corporação, em resposta ao que eles chamam de traição de Bolsonaro.
Inimigo
Como mostrou o Painel, os policiais não aceitam a proposta do Presidente de retirar apenas a promoção e a progressão na carreira da mira dos congelamentos previstos na PEC Emergencial.
Protesto
Delegados, peritos, agentes da Polícia Federal, PRF e outras 20 carreiras da segurança pública estão convocando carreata e manifestações contra Bolsonaro a partir da próxima semana.
Granada
Na quarta-feira, eles planejam uma carreata pela Esplanada dos Ministérios, saindo do estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Tiroteio
“A PEC 186 coloca um teto para o auxílio sete vezes menor que 2020, no auge da pandemia. Essa é a aliança Lira-Guedes”.
De Juliano Medeiros, presidente do Psol, sobre a PEC Emergencial, que foi aprovada no Senado e na Câmara.