Foro privilegiado
Coluna foi publicada nesta segunda-feira (11)
A PM da Bahia articula a criação de um tribunal estadual da Justiça Militar, para julgar crimes cometidos por membros da corporação. O estado é um dos campeões de letalidade policial no País. A Constituição autoriza estados a criarem tribunais regionais militares, desde que tenham efetivo superior a 20 mil integrantes. Hoje, apenas Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais têm este tipo de corte. Com mais de 30 mil integrantes entre PMs e bombeiros, a Bahia se enquadraria no critério.
Lenda
A articulação tem aliados no Judiciário local. O desembargador Baltazar Saraiva apresentou anteprojeto neste ano para criar o tribunal, que precisaria ser aprovado pela Assembleia. O argumento é que a medida aceleraria a tramitação de processos militares e aliviaria o volume no Tribunal de Justiça. Já o governo da Bahia vê a ideia com ceticismo, pois não haveria estudos comprovando aumento da celeridade nos casos.
Vestibular
O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) planeja realizar processo seletivo para escolher os funcionários fardados que trabalharão nas escolas cívico-militares. Os militares, provavelmente da reserva, deverão atuar como monitores não armados, encarregados especialmente de disciplinas extracurriculares.
E nós?
Tarcísio também planeja enviar ainda em 2023 projeto à Assembleia para regulamentar a Polícia Penal, responsável pela segurança do sistema prisional. As medidas têm sido cobradas mais intensamente pela categoria desde junho, quando o governador reajustou só os salários dos policiais civis e militares.
Onda
Presidente do PL do estado de São Paulo, Tadeu Candelária disse em encontro do partido no sábado (09) que a deputada Rosana Valle (PL) terá apoio de Tarcísio na eleição para a Prefeitura de Santos. O governador, no entanto, recentemente apadrinhou a filiação ao Republicanos do atual prefeito, Rogério Santos, candidato à reeleição. A cidade deve ter o chefe do Executivo estadual e Jair Bolsonaro em palanques rivais.
Lá e cá
Marqueteiro do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em suas duas campanhas, Leandro Groppo foi nomeado integrante de uma subcomissão de licitação para avaliar a contratação de agências de publicidade pela gestão. Uma das funções é decidir quem ganhará uma concorrência a ser aberta no primeiro trimestre de 2024 para campanhas institucionais.
Blindagem
Groppo, que deve participar de uma eventual campanha presidencial de Zema em 2026, diz não ver conflito de interesse. “Não tenho ligação com nenhuma agência que tem contrato com o governo. Vou apenas avaliar a criatividade das propostas, com base em editais técnicos”. Já o governo de Minas diz que a escolha foi realizada por sorteio, como diz a lei, e que o publicitário tem trabalho reconhecido no mercado.
Soy loco
O Foro de SP, que reúne partidos latino-americanos de esquerda, não abraçou a campanha do venezuelano Nicolás Maduro para anexar o território de Essequibo, da Guiana. A atitude ocorre apesar de o ditador ser uma das figuras mais influentes da entidade. O silêncio mostra que a ameaça de uma ação militar contra o vizinho o deixou isolado mesmo entre seus pares na esquerda do continente.
Memória
O jornalista Alec Duarte, que morreu no mês passado aos 54 anos, será homenageado na quarta (13) em reunião do Camp (Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político), em Brasília. Com passagem pela Folha, ele também atuou em campanhas eleitorais e era associado da entidade.