Duro de engolir
Coluna foi publicada no sábado (03)
A indicação do coronel da PM Ricardo Mello Araújo para vice de Ricardo Nunes por Jair Bolsonaro (PL) foi recebida com ceticismo por líderes que compõem a base do prefeito de São Paulo. Para eles, o nome definitivo do companheiro de chapa do emedebista aparecerá somente em junho, após negociação com todas as siglas aliadas. A aposta é que até lá o nome do coronel se tornará inviável, por conta das muitas controvérsias de suas passagens pela Rota e pelo comando do Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
Que tal?
No chamado “PL raiz”, formado por lideranças mais antigas do partido e que não chegaram junto com Bolsonaro, o coronel é considerado um nome de difícil aceitação pelo eleitorado mais de centro. Esse grupo defende a delegada Raquel Gallinati (PL). Suplente de deputada estadual, ela seria uma alternativa mais palatável, com a vantagem de ser mulher e também ter a segurança pública como bandeira.
Missiva
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, diz ao Painel que a Corte de Haia admitiu a pertinência de julgar os ataques de Israel a Gaza com base na convenção do genocídio, o que responde às críticas feitas em carta por aberta por Celso Lafer, um de seus antecessores no cargo. O chanceler lembra ainda que o tribunal da ONU determinou medidas cautelares urgentes a Israel para proteger civis palestinos.
Checagem
A CGU enviou ao Instituto Federal do Ceará ofício no qual informa que decidiu reexaminar o processo que resultou na demissão de Êmy Costa, primeira professora trans da instituição. O instituto diz que ela foi exonerada por ter se ausentado por mais de 60 dias intercalados no período de 12 meses sem amparo legal.
Tudo nos conformes
A professora afirma que se afastou para fazer doutorado no Uruguai, que a instituição foi avisada e que nunca deixou de cumprir sua carga horária. Ela aponta "transfobia velada" na decisão. O instituto nega a acusação e diz que “abraça a diversidade”.
Camaleão
O vereador Lucas do Liceu (PP), de Itaquaquecetuba (SP), mudou a declaração de raça à Justiça Eleitoral em todas as eleições que disputou nos últimos dez anos. Já foi branco (2014), pardo (2016), branco novamente (2018), pardo de novo (2020) e preto (2022). O TSE quer coibir candidatos de alterarem a declaração de raça para evitar fraude no fundo eleitoral, que tem cota para negros.
Caleidoscópio
O vereador diz que nunca foi favorecido pelas declarações e que na última eleição não recebeu recursos financeiros do partido ou fundo eleitoral. Ele afirma que se definia como branco ou pardo por não ter “letramento racial” e que agora se declara preto de forma convicta.
Incubadora
O MBL criará uma Escola Superior de Líderes para formar políticos e candidatos para as próximas eleições. A meta é gerar ao menos 50 lideranças até o final do ano. A Escola terá cursos de capacitação, mentoria, consultoria jurídica, acompanhamento psicológico e análise de redes sociais. Um dos objetivos é ajudar na construção do novo partido do movimento, o Missão.
Ventos
Grupo que reúne a "nova esquerda" latino-americana, a Rede Futuro discutirá temas como narcotráfico e o combate ao autoritarismo e ao neoliberalismo em encontro em Bogotá (Colômbia) que vai de sexta (02) até domingo (04). Do Brasil, participam a presidente do Psol, Paula Coradi, o ex-presidente da sigla Juliano Medeiros e a deputada federal Ana Pimentel (PT-MG). A ideia é criar uma alternativa à esquerda tradicional do continente, representada pelo Foro de São Paulo.