Bula digital vai reduzir custos das empresas
Coluna foi publicada nesta terça-feira (30)
A nova regra da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que desobriga a bula impressa de quatro tipos de medicamentos e implementa a bula digital, acessada por QR Code, vai trazer diversos benefícios econômicos para consumidores e empresas.
A expectativa é de que, com as informações on-line, seja possível ter redução de custos dos fabricantes e até valores menores dos remédios, além de tornar a leitura mais prática, com novas informações como vídeos, áudios e outras instruções que ajudem no uso adequado do produto.
Conforme a resolução RDC Nº 885, que é um projeto-piloto e entra em vigor em 10 de setembro, quatro tipos de medicamentos não precisarão mais ter bula impressa.
São eles: embalagens de amostras grátis, remédios com destinação a estabelecimentos de saúde, exceto farmácias e drogarias, Medicamento Isento de Prescrição comercializados em embalagens múltiplas e remédios com destinação governamental, acondicionados em embalagens que contenham as marcas governamentais próprias do Ministério da Saúde.
A norma também define que o fabricante deve fornecer a bula impressa sempre que houver a solicitação do estabelecimento de saúde, do profissional que o prescreveu e do paciente.
Além disso, o estabelecimento que vender o remédio sem o documento em papel precisa informar aos consumidores, em comunicação visual, a possibilidade de solicitar a bula, tendo a frase exposta: “Atenção: Este estabelecimento dispensa medicamentos com bula digital! Você pode acessá-la on-line. Caso prefira, solicite a bula impressa a um de nossos atendentes.”
Com a versão on-line, será possível reduzir de forma significativa o uso de papel, o que ajuda a preservar recursos naturais e diminuir o lixo. Evitar as bulas impressas também libera espaço nas embalagens, tendo caixas menores.
Tudo isso pode minimizar custos de produção e transporte para as empresas, o que vai ampliar a possibilidade de termos preços mais baixos para os consumidores. Caixas reduzidas também vão ocupar menos espaço nas farmácias.
Outro benefício será a praticidade de ter acesso às informações. Com o QR Code nas embalagens, é possível ler os detalhes antes mesmo da compra.
Por ser on-line, a leitura pode ser feita a qualquer momento e lugar com celular, tablets ou computadores, com letras maiores, para quem reclama do tamanho das palavras no papel, e recursos de busca.
Além disso, os fabricantes vão poder atualizar as informações a qualquer momento com novos avisos de segurança ou recomendações de uso, além de aumentar a acessibilidade para pessoas com deficiência visual e auditiva.
Sabemos que as bulas impressas ainda vão ser necessárias para quem não tem acesso fácil à internet ou preferem a versão em papel. Mesmo assim, os benefícios econômicos, com essa transição gradual para a versão on-line, são grandes.
É importante ressaltar que o projeto-piloto tem validade até 31 de dezembro de 2026, e as informações coletadas e monitoradas durante o período vão auxiliar na futura regulamentação definitiva sobre o assunto no país.