Feliz dia do trabalho para quem!?
Coluna foi publicada nesta quinta-feira (02)
Sátina Pimenta
Sátina Pimenta, psicóloga clínica, advogada e professora universitária
Sabemos que o trabalho é algo extremamente importante. Afinal, de acordo com Bauman, vivemos em uma sociedade onde precisamos consumir para ser e para tanto precisamos de dinheiro para existirmos, e isso teoricamente vem do trabalho.
A questão é que para nos destacarmos, merecermos e consumirmos precisamos trabalhar mais e mais. E as 8 horas descritas no contrato de trabalho tornam-se 12h, 14h, 16 horas ou por que não 24 horas onde não paramos de pensar em maneiras de torná-lo mais eficiente para que esse merecimento chegue, o dinheiro entre no bolso e eu seja alguém a partir do que ele me permite ter.
O problema é que o nosso corpo, a nossa mente e a nossa vida social acabam sendo atingidos! E os sinais acabam aparecendo, afinal, há limites para tudo, inclusive para o trabalho e aquilo que a gente quer dele.
A saúde acaba gritando! O esgotamento físico e mental, devido à carga de trabalho, e a exposição continuam a altos níveis de estresse, neste contexto que foi descrito na década de 1970 por Herbert Freudenberger como Burnout ou Síndrome do esgotamento profissional.
Os sintomas característicos são ansiedade, depressão, negatividade constante, alteração de humor e cansaço excessivo, seja físico e mental. Em 2022 o Burnout foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional, ou seja, quem é diagnosticado tem garantidos direitos trabalhistas e previdenciários. Inclusive garantindo a afastamento com auxílio-doença.
Contudo, em 2022, outros dois estudiosos alemães do comportamento humano, Timo Schiele, psiquiatra, e Dr. Bert te Wildt, psicoterapeuta, trouxeram o conceito de BurnOn.
Para tais estudiosos, a diferença é que enquanto no Burnout as pessoas entram em colapso por não administrar o estresse do trabalho. No BurnOn, elas administram e se mantêm trabalhando mesmo com todos os sintomas do Burnout.
Mas, porque estas pessoas aguentam?! Porque apesar de estudiosos afirmarem que se trata de uma exaustão depressiva crônica, as pessoas não percebem, pois “amam” o trabalho ou o lugar que ele ocupa em suas vidas.
Na verdade, para muitas delas este é o único lugar onde são reconhecidas. E assim, por lá ficam deixando de lado suas famílias, amigos e outras relações. São pessoas que não negam o trabalho porque se reconhecem e vivem exclusivamente para ele. Mas como disse acima, tudo precisa de um limite.
Assim sendo, a dica é: busque trabalhar com aquilo que gosta, entenda que trabalho e dinheiro são feitos para realizar sonhos e não para fazer com que sua vida se resuma a um cargo em uma empresa.
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