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Olhares Cotidianos, por Sátina Pimenta

Olhares Cotidianos, por Sátina Pimenta

Colunista

Psicóloga clínica, advogada e professora universitária

Estou cansada de estar cansada

O cansaço que tomou conta de todos: por trás do silêncio nas redes, um grito por propósito, verdade e descanso

Sátina Pimenta, colunista A Tribuna | 29/05/2025, 13:02 h | Atualizado em 29/05/2025, 13:02

Imagem ilustrativa da imagem Estou cansada de estar cansada
Sátina Pimenta é psicóloga clínica, advogada e professora universitária |  Foto: - Divulgação

Durante muito tempo, a gente respondia quando perguntava “como você está?” - o “tudo bem” vinha no automático — para não se expor, para não preocupar. Mas ultimamente, tenho notado uma mudança. Cada vez mais pessoas respondem direto: “Tô cansada.”

É um cansaço real. Não é só físico, é mental. É o peso de performar o tempo inteiro — no trabalho, nas relações, nas redes sociais e no mundo.

É o esforço de estar sempre presente, disponível, produtiva, interessante. A cobrança não vem só de fora, mas da gente também. E isso… esgota.

E não foi só em mim que este esgotamento chegou! Essa exaustão se espalhou. Está no comportamento coletivo.

No perfil @casamumdopesquisa do Instagram uma postagem apresenta que estudos recentes mostram que o engajamento nas redes sociais caiu drasticamente.

No Instagram, houve uma queda de 28% no último ano. No X, as pessoas passam menos de 11 minutos por dia.A sensação é de que o palco continua montado — mas ninguém quer mais atuar.

Informa ainda que os jovens têm preferido conversar em mensagens privadas a interagir no feed. Aparentemente, o público cansou de se exibir. O silêncio virou forma de cuidado.

O mais curioso? É que não é a morte das redes! As redes estão lá mas elas estão sendo escolhidas agora por sua privacidade e intimismo aplicativos como Telegram e Discord cresceram como espaços de refúgio. É uma busca por conversas mais íntimas, mais reais.

Acho que cansamos de gritar para mundo tudo que “somos”, “fazemos”, “temos” para talvez começar a contar o que realmente somos, fazemos e temos para poucos ouvintes.

É humana. Depois de tanto tempo vivendo para “ser visto”, talvez estejamos começando a perguntar: pra quê? Por quem? Com que propósito?

Isto a nova geração nos ensina. Vida sem propósito não é vida! Eles são criticados por não “querer fazer nada”, mas parece apenas recusar o velho script de fazer por fazer. O que eles fazem precisa ter sentido. E talvez isso seja mais saudável do que aparenta.

Eu, por exemplo, HOJE, me pego pensando: se é para me mostrar, que seja com verdade. Se é para produzir, que não seja só pra manter um algoritmo alimentado. Se é pra estar — que seja inteira. Porque sim, eu já virei noites editando conteúdos! Me julguem!

Portanto, talvez o que a gente esteja cansado mesmo…seja de viver sem sentido. De fazer só porque esperam. De seguir num ritmo que não escolhemos. E tudo bem parar. Tudo bem sumir um pouco. Tudo bem descansar — de verdade. Eu pelo menos vou! Bora?!

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