Parabéns, jornal A Tribuna!
Coluna foi publicada nesta quinta-feira (26)
86 anos de A Tribuna. Falar sobre A Tribuna em minha casa é falar um pouco sobre a história da minha própria família. Parece estranho, afinal, não temos nada a ver com a fundação do jornal e nem mesmo somos da área jornalística. Só que todos os dias o jornal tinha e tem influência em algo do nosso cotidiano.
Meu avô José Marcondes (que Deus o tenha) era um leitor assíduo do jornal. Ele faleceu com 97 anos e me recordo que, na sua melhor idade, já aposentado da Vale, eu o via todos os dias sentado no sofá da varanda com o jornal no colo; ele foi um dos primeiros assinantes.
Após lê-lo, ele saía transmitindo as informações que adquiria: “Sátina, cuidado com tal lugar. No jornal, saiu que ele é um bairro perigoso”, “Maria, toma tal remédio, no jornal falou que é bom para hipertensão”, “Laurita, vi que na novela hoje fulano morre!”.
Este último a vovó ficava chateada, pois gostava de ser surpreendida. Ele fazia só para implicar! Era superinteressante, pois ele achava que era o cara mais informado do mundo, e era mesmo, afinal “se está no jornal é verdade”, dizia ele.
Meu avô sempre acreditou nisto, tinha certeza de que jornalismo era coisa séria e que era pelo jornal que as informações de verdade aconteciam. Inclusive, foi devido a uma reportagem do jornal A Tribuna, de 1977, que minha família tomou a decisão de deixar Porto de Santana e ir morar em Jardim Camburi, um bairro que na época não tinha nada!
A reportagem dizia que ele seria um dos bairros mais valorizados da Grande Vitória! Viram!? É tudo verdade! Meu pai, Seu Célio Pimenta, é outro! Adora um jornal! Mas tem que ser impresso!
Mesmo que seja adepto da internet para outras coisas, o jornal impresso, comprado na banca, junto a um café de manhãzinha, é a marca registrada dele. Sem isto, ele não inicia o seu dia.
Lá, ele fica antenado em política, saúde, concursos (que pede para eu fazer todos) e, lógico, na escalação do Mengão, os números das tabelas do Brasileirão e se enfim ganhou na Loteria.
Quando eu fui convidada pela Lenise Loureiro (diretora comercial da Tribuna e minha ex-professora) para apresentar uma fala no jornal, toda a minha família comprou o exemplar. Quando eu contei que seria colunista, então, eles caíram no choro!
Quando o ex-governador José Ignácio ligou elogiando um artigo, o choro pelo reconhecimento triplicou. Minha mãe guarda todos os artigos da coluna Olhares Cotidianos. Assim como vai guardar este! Te amo, Maria José!
Percebam, o nosso cotidiano é muito influenciado pelas informações que recebemos, sejam elas boas ou ruins. Teoricamente, deveríamos tomar decisões a partir do que sabemos.
Quando este ato é realizado de outra maneira, estamos sendo displicentes conosco e com o mundo que nos cerca. E é por isso que o jornalismo sério e consciente é um grande aliado do nosso dia a dia. Então, hoje quero parabenizar A Tribuna pelos seus 86 anos de existência. Quero agradecer por me permitirem fazer parte desta história e também quero agradecer por fazerem parte da história da minha família.